Em ritmo de arrastão, Câmara chama 5 ministros
O sistema de blindagem de ministros no Legislativo entrou em colapso nesta quarta (11). Num único dia, os deputados aprovaram seis requerimentos para que cinco ministros prestem esclarecimentos na Câmara –um deles em duas comissões.
Na comissão de Agricultura, aprovou-se o "convite" a quatro ministros: Guido Mantega (Fazenda), Pepe Vargas (Desenvolvimento Agrário), Mendes Ribeiro (Agricultura) e Fernando Bezerra (Integração Nacional).
Autor do requerimento, o deputado Celso Maldaner (PMDB-SC) deseja ouvir os ministros sobre as providências que adotaram para atenuar os efeitos da estiagem na região Sul.
Maldaner citou dados colecionados pela Cepag (Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola). Disse que, apenas em Santa Catarina, a seca impôs prejuízos de R$ 578,3 milhões à agricultura.
Noutra comissão, a de Fiscalização e Controle, aprovaram-se outros dois requerimentos do deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP). Num, convocou-se Ideli Salvati, ex-ministra da Pesca e atual titular da pasta das Relações Institucionais.
Noutro, convidou-se o ministro Fernando Bezerra (Integração Nacional). De Ideli, espera-se que explique a compra de 28 lanchas pela pasta da Pesca (R$ 31 milhões) e a posterior doação eleitoral feita pelo fornecedor das embarcações ao PT catarinense (R$ 150 mil).
De Bezerra, que já havia sido chamado a falar sobre a seca no Sul, deseja-se que explique nesta outra comissão os problemas que retardam as obras da Transposição do Rio São Francisco.
Por muito pouco os deputados não convocaram outro ministro. Nelson Bornier (PMDB-RJ) queria arrastar para a comissão de Fiscalização e Controle o titular da pasta da Saúde, Alexandre Padilha.
A pedido de Henrique Eduardo Alves, líder do seu PMDB, Bornier retirou o requerimento da pauta. Ouviu de Henrique o compromisso de que Padilha irá à Câmara espontaneamente. O deputado quer ouvi-lo sobre o descalabro que viceja nos hospitais do Rio.
Aos pouquinhos, o condomínio governista vai distribuindo os seus recados ao Planalto. Por meio de associações pontuais com a bancada de oposição, o bloco pró-Dilma sonega aos ministros o escudo que os protegia no Legislativo.
No caso de Ideli, o constrangimento foi maior. Diferentemente dos outros ministros, a coordenadora política de Dilma Rousseff não foi convidada, mas "convocada". Significa dizer que não poderá deixar de comparecer.
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