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Josias de Souza

Para líder do PT, Agnelo está limpo; Perillo, não

Josias de Souza

13/04/2012 16h29

Quem entra numa CPI só para atacar os adversários erra o alvo. Quem entra numa CPI só para defender os amigos vira alvo. É mais ou menos o que se passa com o líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP).

O escândalo Cachoeira molha os sapatos de dois governadores: o tucano Marconi Perillo (GO) e o petista Agnelo Queiroz (DF). Uma criança de cinco anos diria: que ambos sejam varejados.

O líder Tatto, antes de qualquer averiguação, leva a mão ao fogo por Agnelo: "Eu acredito no comportamento do nosso governador". E empurra Perillo para a fogueira: "Esse sim tem coisa contra ele."

Fica-se com a sensação de que o contribuinte desperdiça dinheiro público ao aplicar R$ 200 mil numa CPI. Bastaria consultar o oráculo Tatto e distribuir os veredictos: esses são culpados, aqueles inocentes.

Quem ouve o companheiro Tatto percebe que ele se considera o melhor estrategista do mundo. Bem verdade que o mundo ainda não percebeu seus dotes. Mas não perde por esperar.

Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.