Delta passou R$ 39 mi a esquema de Cachoeira
Em relatório anexado ao inquérito contra Carlinhos Cachoeira, a Polícia Federal sustenta que a empresa Delta repassou cifras milionárias a duas construtoras de fancaria criadas pela quadrilha do bicheiro. Entre 2010 e 2011, a triangulação bancária somou R$ 39 milhões.
O dinheiro migrava da Delta para as contas de duas logomarcas de fachada. Na sequência era sacado pelo tesoureiro de Cachoeira, Giovane Pereira da Silva. Os saques eram sempre inferiores a R$ 100 mil. Acima desse montante, o banco seria obrigado a informar ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
Deve-se a revelação aos repórteres Cássio Bruno, Maiá Menezes, Evandro Éboli e Luiza Damé. Em notícia veiculada na noite passada, eles reproduzem um trecho do relatório da Polícia Federal. Anota o seguinte:
"A empresa Delta Construções S/A transferiu dezenas de milhares de reais para empresas 'de fachada' (com sócios montados — inexistentes) controladas por Carlinhos Cachoeira e Giovane Pereira da Silva nos anos de 2010 e 2011, conforme demonstram os extratos bancários vinculados à Brava Construções e Alberto & Pantoja Construções [as duas empresas fictícias da quadrilha]."
Segundo a PF, ocorreram "113 saques em espécie entre 13 de agosto de 2010 e 18 de abril de 2011". Significa dizer que parte da dinheirama circulou durante a campanha eleitoral encerrada em outubro de 2010.
A Delta tem negócios com os governos de 23 Estados e do Distrito Federal. No governo federal, é a empresa que mais fatura com as obras do PAC. Em nota, a construtora informou que "há uma auditoria em curso no escritório regional da Delta no Centro-Oeste destinada a levantar todo o relacionamento comercial e financeiro da unidade que era comandada pelo engenheiro Cláudio Abreu."
Demitido nas pegadas da deflagração da Operação Monte Carlo, Cláudio Abreu teve a voz captada em inúmeros grampos telefônicos. Mantinha com a turma de Cachoeira um diálogo fluido. A atuação da Delta é um dos fios de meada que a oposição deseja puxar na CPI em vias de ser instalada.
Noutra reportagem, também escorada em dados oficiais da Operação Monte Carlos, a repórter Alana Rizzo informa: a PF e a Procuradoria da República contabilizaram em R$ 400 milhões o volume de dinheiro movimentado pela quadrilha de Cachoeira nos últimos seis anos.
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