Ao atacar bancos, Dilma cria Bolsa Popularidade
De todos os setores do governo, o único que funciona 100% é a publicidade. Bem orientada, Dilma Rousseff criou na noite passada um novo programa, do qual é beneficiária única: o Bolsa Popularidade.
Feita de ataques à banca, a iniciativa deve render dividendos mais altos que os proporcionados pelo achincalhe dos políticos. Pré-fixados, os ganhos serão pagos no mercado futuro, na forma de índices de pesquisa.
Uma das regras básicas da propaganda é personalizar. Com uma cara definida, qualquer coisa pode ser vendida. O mal como abstração é difícil de ser embalado. Mas dê-lhe um rabo e dois chifres e você levará à vitrine um inimigo nítido.
Dilma escolheu os bancos como seu novo demônio. A má fama do alvo facilita-lhe a vida. Aos olhos da clientela, há dois tipos de assalto a banco: de fora pra dentro e de dentro pra fora. A presidente trombeteia o segundo tipo.
Os bancos podem reagir ao olho roxo de duas maneiras. Numa, baixam suas taxas (alguns já esboçaram o movimento). Noutra, acusam Dilma de satanizá-los e de fazer demagogia. Nas duas hipóteses, o rendimento do Bolsa Popularidade estará garantido. É um programa de risco zero.
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