Plano de relator do PT tira o PAC do foco da CPI
Reunida no Congresso, a CPI do Cachoeira discute o plano de tabalho apresentado pelo relator Odair Cunha (PT-MG). Na peça, ficou clara a intenção do deputado de restringir a investigação, impedindo que chegue ao Executivo e às obras do PAC.
Ao citar a Delta Construções, empresa que a Polícia Federal vinculou à quadrilha de Carlinhos Cachoeira, Odair Cunha foi específico: disse que a CPI investigará a atuação da empreiteira apenas na "região Centro-Oeste".
Ao listar os depoentes que deseja inquirir, Odair incluiu apenas o ex-diretor da Delta para o Centro-Oeste, Cláudio Abreu. Ele seria ouvido em 29 de maio. O relator não fez menção a Fernando Cavendish, dono da Delta.
A certa altura, o relator disse que a CPI vai apurar a ação de Cachoeira e as ramificações da quadrilha dele com diversos setores –do Ministério Público ao Legislativo—, além dos vínculos com "agentes públicos de governos estaduais". Absteve-se de mencionar o Executivo federal.
O grosso dos contratos da Delta com o setor público está no PAC, programa de obras do governo federal, sobretudo no Dnit, o departamento do Ministério dos Transportes que cuida da construção e manutenção de estradas. Ex-diretor do Dnit, demitido no ano passado, Luiz Antonio Pagot é mencionado nos grampos da PF. A despeito disso, o relator não demonstrou interesse em esmiuçar esse pedaço do inquérito.
No momento, o plano do relator está sendo discutido pelos membros da CPI. No geral, a proposta de Odair Cunha foi elogiada. Mas vários parlamentares já sugeriram alterações. A oposição sugeriu que a investigação vá além do Centro-Oeste e inclua todas as esferas do Executivo –do municipal ao federal. Aqui, a lista de depoentes e as datas sugeridas por Odair Cunha.
– Atualização feita às 19h56 desta quarta (2): O plano de trabalho de Odair Cunha foi aprovado pela CPI com ajustes. A despeito de inúmeras ponderações, o relator recusou-se a retirar do texto a referência geográfica ao Centro-Oeste. Disse entender que a investigação será feita "inclusive" nesta região, sem prejuízo de chegar a outros pedaços do mapa do país.
Concordou incluir no rol de alvos potenciais, agentes públicos dos municípios e da União, não apenas dos Estados. Quanto ao dono da Delta, Fernando Cavendish, Odair admitiu a hipótese de incluir o nome dele no rol de depoentes. Ficou de voltar ao assunto na próxima reunião da CPI, na próxima semana. No mais, nada de PAC, Dnit ou Antonio Pagot. Aqui, mais informações sobre o que foi decidido.
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