Advogado de Carolina Dieckmann negocia com sites no exterior retirada das fotos da atriz do ar
O caso da veiculação não autorizada de fotos de Carolina Dieckmann nua revelou-se mais intrincado do que supunham a atriz e seu advogado, Antônio Carlos de Almeida 'Kakay' Castro. Descobriu-se que as imagens ganharam a internet a partir de sites ancorados no exterior.
Afora o inquérito policial que será aberto para identificar o responsável pela subtração das fotos do computador de Carolina, Kakay havia decidido acionar judicialmente os sites que as difundiram, forçando-os a retirar o material do ar. O problema é que, operando desde o estrangeiro, os sites não estão sujeitos às leis brasileiras.
Assessorado por um especialista em informática, o escritório de Kakay refez a trilha eletrônica das fotos. Chegou-se ao site que inaugurou a propagação. Fica em Kansas, nos Estados Unidos. Quem entra é convidado a clicar num link que leva às imagens. Pressionando o mouse, o internauta encontrará a nudez de Carolina Dieckmann noutro endereço –um site pornô ancorado na Grã-Bretanha, em Londres.
Quer dizer: para processar os sites, a atriz teria de constituir advogados em dois países diferentes. Ainda que prevalecesse nos tribunais, celebraria uma vitória de Pirro. As fotos, já fartamente disseminadas, tornaram-se, por assim dizer, propriedade do cristal líquido. Num esforço para atenuar os danos à imagem de sua cliente, Kakay optou pela via da negociação.
Seu escritório enviou e-mails aos sites -o do Kansas, o de Londres e outros quatro que oferecem links de download das fotos. Todos fora do país. Os defensores de Carolina comunicaram-se também com as empresas que administram as principais ferramentas de busca da internet –entre elas Google e Yahoo. Tenta-se demonstrar que a divulgação das fotos, por criminosa, acomoda os sites na condição de cúmplices do delito.
"Quando eu era advogado da Roseana Sarney, enfrentei um problema análogo", recorda Kakay. "O site WikiLeaks publicou que a Roseana [hoje governadora do Maranhão] tinha uma conta bancária em Zurique [Suíça]. Fui ao banco e peguei um documento. Com esse documento, fiz uma interpelação via e-mail. Ao verificar que a notícia era falsa, o site retirou a informação sem precisar de uma ação judicial".
Kakay espera obter o mesmo resultado no caso de Carolina Dieckmann. "Numa primeira pesquisa, verificamos que, no Brasil, nenhum site sério publicou as imagens", disse ele. "O principal problema são os sites ancorados no exterior." O endereço de Londres parece propenso a atender ao pedido de supressão das imagens. Condicionou a providência à apresentação de provas de que as fotos pertenciam a Carolina e foram suprimidas ilegalmente. Em resposta, Kakay enviou cópias de notícias veiculadas no Brasil sobre o caso. "O que é público e notório dispensa prova", ele argumenta.
"É essencial que também os sites de busca como o Google se sensibilizem", acrescenta o advogado. "Não estão divulgando as fotos, mas são usados por quem divulga. Creio que, vendo que é crime, esses sites vão proibir que o acesso ocorra a partir de suas plataformas."
Nesta segunda (6), acompanhada do advogado, Carolina Dieckmann comparecerá à Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, no Rio de Janeiro. Vai requerer a abertura de inquérito. Levará dois computadores para serem periciados.
Num deles estavam as fotos que ganharam a web. Recentemente, foi levado a uma empresa de manutenção, o que serve de pista aos investigadores. Noutra máquina estão armazenados os e-mails enviados pelo chantagista que exigia R$ 10 mil da atriz para não divulgar o material.
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