Conselho enviará Demóstenes para o cadafalso

Se Cármen Lúcia permitir, o Conselho de Ética aprovará nesta segunda (18) o envio de Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) para o cadafalso do plenário do Senado. Vai a voto o relatório de Humberto Costa (PT-PE).

A realização da sessão está condicionada a um despacho da ministra Carmén Lúcia, do STF. Chegou-lhe às mãos, na tarde de sexta (15), um mandado de segurança no qual Demóstenes pede o adiamento da reunião do conselho. Alega desrespeito aos prazos regimentais e cerceamento da defesa.

É a segunda tentativa do amigo de Carlinhos Cachoeira de retardar o acionamento da grelha. Horas antes de receber o novo recurso, Cármen Lúcia já havia indeferido uma primeira petição de Antonio Carlos de Almeida 'Kakay' Castro.

Nessa peça, o advogado de Demóstenes pedia ao STF que obrigasse o Conselho de Ética a realizar perícias nos grampos da PF que captaram a voz do senador. Cármen Lúcia indeferiu o pedido sob o argumento de que envolvia questão interna do Senado, não cabendo ao STF interferir.

Submetida ao segundo recurso, a ministra precisa tomar uma decisão antes da reunião do Conselho de Ética. Indeferindo a manobra, Cármen Lúcia libera os senadores para agir. Acolhendo-a, manda o senador para o balão de oxigênio.

Confirmando-se a votação, o pedido de cassação de Demóstenes será aprovado. Por uma questão simples: no Conselho de Ética, o voto é aberto. A luminosidade inibe a cumplicidade.

No plenário, a história pode ser outra. Ali, ainda vigora o voto secreto, um convite à conivência. Nessa zona sombreada, Renan Calheiros (PMDB-AL) foi absolvido duas vezes no ano de 2007. Perdeu a presidência do Senado. Mas salvou o mandato.