Irritado com o Planalto, Marco Maia leva a voto propostas que o governo trabalhava para adiar
Desligado da tomada pelo Planalto, Marco Maia (PT-RS), o presidente da Câmara, passou a operar como um fio desencapado. Em combinação os líderes partidários, ele incluiu na pauta de votações desta quarta-feira (27) um lote de projetos que o governo vinha tratando a golpes de barriga. Se aprovados, podem resultar num curto-circuito.
Num instante em que a crise financeira internacional aconselha rigor fiscal ao Executivo, o companheiro Maia agendou, por exemplo, a apreciação de uma proposta que reduz para 30 horas a jornada de trabalho dos profissionais de enfermagem que trabalham em unidades do SUS. Informado, o ministro Alexandre Padilha (Saúde) ficou de cabelos hirtos.
Reduzindo-se a carga horária da turma da enfermagem, os postos de saúde e hospitais serão compelidos a contrarar mão de obra nova para tapar os buracos que se abrirão na escala de trabalho. A pasta da Saúde ainda não dispõe de um cálculo preciso sobre o impacto que novidade nas arcas do Tesouro.
Marco Maia pautou também a votação de uma matéria que, a pedido de Dilma, fora levada ao freezer: o projeto que redistribui os royalties do petróleo, subtraindo parte dos dividendos de Estados produtores (RJ, ES e SP) e repassando às outras 24 unidades da federação sem óleo.
A chance de aprovação é maior no caso dos enfermeiros do que no do petróleo. Por quê? O primeiro projeto será votado no período da manhã, com Casa cheia. O segundo, vai a voto à tarde, período em que o plenário deve murchar. Vários deputados planejam voar para seus Estados depois do almoço.
Os parlamentares alegam que precisam retornar às suas bases para acompanhar as convenções partidárias de formalização das candidaturas a prefeito. Pela lei, o último dia para a confirmação dos candidatos às eleições de 2012 é sábado (30).
Nos subterrâneos, diz-se que Maia contraria o Planalto porque seu grupo anda pelas tampas com o governo por ter sido desatendido numa nomeação no Banco do Brasil. Na sua vingança, o presidente da Câmara cavalga a insatisfação generalizada do condomínio governista com Dilma.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.