Planalto eleva sua oferta, chega no preço da oposição e destrava votações no Congresso
Em matéria de Congresso Nacional, quando você não entender nem os fatos nem as versões e tiver de explicar os fatos e as versões, a saída é simples. Esqueça as utopias, despreze as ideologias e concentre-se na única verdade absoluta: não há no Legislativo nenhuma virtude que resista à liberação de um punhado de emenda$.
Na semana passada, Dilma Rousseff autorizara a ministra Ideli Salvatti, gestora do balcão, a liberar R$ 4,5 milhões em emendas para cada congressistas do seu conglomerado. Desatendida, a oposição atravessou no plenário uma obstrução. Travou duas medidas provisórias anticrise e a Lei de Diretrizes Orçamentárias.
O Planalto autorizou seu líder Arlindo Chinaglia a molhar também a mão dos oposicionistas: R$ 2,5 milhões por antagonista. Parte da verba saiu. Outro naco ficou na promessa. Com um aval de gogó, Marco Maia, o presidente da Câmara, conseguira amolecer PSDB e PPS. Só o DEM ainda batia o pezinho.
Nesta segunda (17), em dois lances, o governo liquidou a contenda. Num, levou ao plenário da Câmara parte de sua infantaria. Noutro, acomodou sobre o balcão mais R$ 500 milhões por cabeça. Em vez de R$ 2,5 milhões, cada oposicionista receberia R$ 3 milhões em emendas.
O compromisso do PSDB e do PPS com a unidade da oposição, já meio exausto, pôs a língua pra fora. E a firmeza do DEM dobrou os joelhos. Dilma mandou Ideli dizer que ela estava no jogo, o companheiro Marco Maia renovou o aval e a oposição entregou os pontos. Desfez a cara feia e soltou os votos. Governistas sublevados de legendas como o PR ficaram falando sozinhos.
Já na noite desta segunda (16), os deputados aprovaram uma das medidas provisórias do programa Brasil Maior. Inclui a desoneração da folha salarial e benefícios tributários para sete setores: hotéis, móveis, autopeças, naval, aéreo, call center e chips.
Nesta terça (17), vai a voto a segunda MP do Brasil Maior, um dos novo minipacotes anticrise embrulhados por Dilma. Traz no seu miolo a capitalização de três casas bancárias oficiais: BNDES, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia.
De quebra, os congressistas devem entregar ao Planalto, antes de sair em férias, a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Na próxima rodada de projetos relevantes, para simplificar o processo e facilitar o entendimento da platéia, sugere-se aos parlamentares que usem na lapela um código de barras.
– Atualização feita às 11h55 desta terça (17): Bem azeitado$, os deputados concluíram na manhã desta terça-feira a votação da segunda medida provisória do programa Brasil Maior. Agora só falta a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias).
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.