Londres: brilho de Marina cega a turma de Dilma
Marina Silva e sua biografia ambiental de fama planetária foram convidadas a participar da abertura dos Jogos Olímpicos de 2012, em Londres. Deu-se na noite passada. Ao lado de outras quatro personalidades –entre elas Ban Ki 'ONU' Moon e Muhammad 'Boxe' Ali— Marina e o prestígio dela carregaram a bandeira olímpica.
Presentes à cerimônia, Dilma Rousseff e sua comitiva surpreenderam-se com a presença da ex-senadora e ex-presidenciável brasileira no palco de Londres. Os organizadores da festa não avisaram ao governo brasileiro sobre o convite a Marina. Da estranheza, os desavisados evoluíram para a deselegância.
Na manhã deste sábado (28), depois de trocar ideias com os travesseiros, o ministro Aldo Rebelo (Esportes) saiu-se com uma ironia: "A Marina Silva sempre teve boas relações com a aristocracia europeia. Não podemos determinar quem a Casa Real vai convidar, fazer o quê?".
Marina lamentou que os patrícios da delegacão de Dilma tenham preferido "apequenar" sua passagem por Londres. Chorou ao constatar que sua participação na abertura olímpica convertera-se em "disputa política".
"Não acho que a gente deve apequenar isso em uma disputa política. Aqui é o interesse maior do Brasil. Isso me entristece", disse. Ela esperava contar com o apoio da comitiva brasileira. Apelou a Dilma para que a causa ambiental "não seja vista como afronta ao Brasil", mas como "uma dádiva." Ex-petista, Marina acrescentou:
"Eu tenho tanto respeito pelo Brasil, pela nossa história… E a presidente Dilma sabe como, na minha divergência, eu sou leal. As pessoas com quem eu convivi durante 30 anos [no PT] não são meus inimigos. Do mesmo jeito que eu fico feliz de ver as autoridades brasileiras cumprindo seu papel num evento dessa magnitude, eu imaginava que, nesse momento, eles não misturariam as coisas. Eu estou aqui em nome de uma causa que na história do Brasil é de todos nós. Começou lá atrás com o Chico Mendes e o presidente Lula, como companheiro do Chico Mendes, tem participação nisso."
Marina não deveria gastar o seu latim. Melhor ser invejada que lastimada. Os ataques de inveja são diferentes dos demais. Se pudessem, os agressores prefeririam fazer o papel de vítima. Como não dispõem de brilho para tanto, ficam cegos com a luminosidade alheia. Como diz Aldo Rebelo, "fazer o quê"?
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