Presidente do PT afirma que PSB põe na ordem do dia possibilidade de um rompimento em 2014
Parceiros históricos, PT e PSB estranham-se tanto em 2012 que o relacionamento entre as duas legendas tornou-se sonoro. Ouve-se um ranger de dentes, um tinir de louças. Mais ao fundo, escuta-se a batida do relógio de 2014. A parceria é, hoje, um rompimento esperando para acontecer.
Em entrevista a uma tróica de repórteres –Julia Duailibi, Fernando Gallo e Conrado Corsalette— o presidente do PT federal, Rui Falcão, viu-se compelido a reconhecer o óbvio: a hipótese de a algaravia municipal descambar para um rompimento nacional já não é negligenciável.
Como que enxergando no governador pernambucano Eduardo Campos a figura de um quase-ex-aliado, Falcão antevê um voo solo do PSB na próxima sucessão presidencial. Não exclui nem mesmo a hipótese de um realinhamento do parceiro com os arquirivais do PSDB.
O que fazer? "Vamos manter parceria com o PMDB, que é o nosso principal parceiro", diz Falcão. As declarações estão disponíveis aqui. Vai abaixo um extrato:
– As desavenças locais: Acho que no Recife houve um rompimento provocado pelo PSB. Belo Horizonte foi um episódio local, mas a direção nacional do PSB não interveio para corrigir. Ela ameaçou, mas recuou e permitiu que a aliança fosse rompida por uma falta de palavra do prefeito Márcio Lacerda, que não honrou um compromisso escrito, inclusive.
– O futuro: […] Acho que há uma disposição do PSB de se fortalecer, o que é legítimo, mas também colocando na ordem do dia a possibilidade de disputar 2014 fora do nosso bloco. Temos que analisar a hipótese. Ela não está posta agora, mas ela pode ser posta a partir de rearranjos partidários que possam ocorrer. Fala-se muito em reorganizações partidárias depois da eleição municipal. Fusão e surgimento de outros partidos.
– PSB e PSDB: É uma possibilidade que não podemos descartar. Isso pode vir a ocorrer.
– O presente: Ele [PSB] continua a participar do nosso governo federal e vamos nos empenhar pra que isso continue a ocorrer. Não queremos misturar o rompimento na eleição municipal com a questão nacional.
– Efeito eleitoral do mensalão: […] Nas cidades que tenho visitado, essa questão não entrou na disputa.
– O julgamento do STF: Já se tornou lugar comum dizer que decisão do Supremo a gente não discute, cumpre. Pelo que tenho visto, se houver a hipótese de condenar alguns réus, os advogados ainda podem lançar mão de uma série de recursos, agravos.
– O mensalão do PSDB mineiro: Acho que já deveria ter sido julgado pelo prazo que está lá [no STF]. E também foi desmembrado, um tratamento diferente. Agora, não acho que a gente deve pensar nisso como revanche. Há prazos. E de preferência que não julgue em ano eleitoral, que julgue antes. Não sou favorável a jogar para 2014 para a gente se vingar do PSDB. O STF já deveria ter julgado. Houve tempo para isso. E seguiu outro caminho. O Supremo deve ter suas razões, mas as formas foram distintas. Inclusive um precedeu o outro, né? A denúncia dos fatos que envolvem o senador Eduardo Azeredo é anterior a 2005. Não sei por que não foi julgado.
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