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Josias de Souza

Genoino compara os repórteres a torturadores

Josias de Souza

07/10/2012 13h43

O grão-petê José Genoino abespinhou-se com a presença da imprensa na sua zona eleitoral. Apertado, saiu-se com essa: "Vocês são urubus e torturadores da alma humana. Vocês fazem igual aos torturadores da ditadura. Só que agora não tem pau de arara, tem uma caneta."

A analogia é boa. Mas está invertida. Genoino não é torturado. Protagoniza um caso de autosuplício. Na presidência do PT, rubricou o papelório do Banco Rural. Fez isso sem se dar conta de que pendurava o futuro em papagaios eletrificados.

Descoberta a guerrilha de sacadores, Genoino apontou para Delúbio Soares. Agora, faz pose de puritano cego e pede ao mundo que abra a boca e feche os olhos, engolindo a desfaçatez sem prestar muita atenção. O problema é que, em terra de cego, quem tem um olho põe as barbas de molho.

Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.