Candidato do PV passa rival do PT e ameaça o partido de Lula no histórico reduto de Diadema
Candidato à prefeitura de Diadema, reduto histórico do PT na região do ABC paulista, o vereador do PV Lauro Michels tornou-se uma ameaça ao projeto de reeleição do prefeito petista Mário Reali.
Pesquisa feita pelo 'Diário do Grande ABC' revela que Lauro ultrapassou Reali na preferência do eleitorado: 45,3% a 34%. Diferença de 11,3 pontos percentuais. Na conta que inclui apenas os votos válidos (sem brancos, nulos e indecisos), o postulante do PV vai a 57,1%. O prefeito do PT, a 42,9%. Vantagem de 14,2 pontos.
Nas urnas do primeiro turno, abertas no dia 7 de outubro, Reali obtive mais votos do que Lauro: 47% contra 42%. Se as urnas do dia 28 confirmarem a virada, o PT arrostará em Diadema uma derrota de deixar cicatrizes.
Velha vitrine do sindicalismo que alçou Lula à política, Diadema foi a primeira prefeitura que o PT conquistou em sua história. Deu-se na eleição de 1982, quando virou prefeito o petista Gilson Menezes. Já lá se vão 30 anos.
Desde então, realizaram-se na cidade cinco eleições. O PT prevaleceu em quatro. A única exceção ocorreu em 1996. Ainda assim, elegeu-se o mesmo Gilson Menezes, que rompera com o PT e filiara-se ao PSB.
O prefeito Reali conduz o seu projeto reeleitoral com o apoio de Lula. Escora sua propaganda na imagem do puxador de votos do PT. Algo que torna o desempenho do antagonista do PV vainda mais vistoso.
O jornal realizou pesquisas noutras duas vitrines do PT na região do ABC: Santo André e Mauá. Na primeira, o candidato do partido desfruta de posição relativamente confortável. Na segunda, nem tanto.
Em Santo André, Carlos Grana, candidato do PT, está 10,7 pontos percentuais à frente do prefeito Aidan Ravin, que disputa a reeleição pelo PTB. A sondagem anota um placar de 44,4% a 33,7%. Somando-se apenas os votos válidos, Grana obtém 56,9%. Aidan, 43,1%.
Em Mauá, a sondagem do 'Diário do Grande ABC' detectou um empate técnico: 41,5% para Donisete Braga, do PT; 39,7% para Vanessa Damo (PMDB). Em votos válidos: 51,1% a 48,9%. A disputa de Mauá entrou na negociação do apoio do PMDB a Fernando Haddad na cidade de São Paulo.
Ao tricotar a adesão de Gabriel Chalita à caravana petista na capital paulista, o vice-presidente Michel Temer obteve de Lula o compromisso de manter-se neutro em Mauá. Considerando-se o placar espremido esboçado na pesquisa, não são negligenciáveis as chances de o compromisso ser descumprido.
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