Datafolha: Haddad abre 17 pontos sobre Serra
Pesquisa Datafolha veiculada nesta sexta (19) revela: a dez dias do segundo turno da disputa pela prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad abriu uma dianteira de 17 pontos percentuais sobre José Serra. O petista aparece na pesquisa com 49% das intenções de voto. O tucano amealha 32%.
Declaram-se indecisos 9% dos eleitores. Informam que votarão branco ou nulo outros 10%. Fechando-se a conta apenas com os votos válidos, Haddad vai a 60%, contra 40% atribuídos a Serra. Diferença de 20 pontos. Não é algo fácil de ser revertido em tão pouco tempo.
Para desassossego do tucanato, a taxa de rejeição de Serra disparou. No último Datafolha feito antes do primeiro turno, 42% dos eleitores declaravam que não votariam em Serra de jeito nenhum. Agora, esse percentual já representa mais da metade do eleitorado: 52%. Coisa rara.
Serra jamais despertara semelhante aversão. Nos últimos 20 anos, apenas dois candidatos arrostaram índices superiores de rejeição na reta final de eleições em São Paulo: em 2008, Paulo Maluf (PP) era refugado por 59% do eleitorado. Em 2000, Fernando Collor (à época no PRTB) era abominado por 62%.
A sondagem do Datafolha carrega um dado que ajuda a explicar o drama de Serra. Os pesquisadores perguntaram ao paulistano se desejam a mudança ou a manutenção das ações desenvolvidas pelo atual prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD). Nada menos que 88% responderam que preferem um novo prefeito que adote providências diferentes das implementadas por Kassab.
Quer dizer: Kassab tornou-se para Serra um aliado que o eleitorado considera duro de roer. Segundo o Datafolha, 42% dos eleitores avaliam a administração do atual prefeito como ruim ou péssima. Já foi pior. No início de setembro, esse índice era de 48%. Porém, os seis pontos migraram para a coluna do 'regular' (foi de 29% para 37%), não para a de 'ótimo ou bom' (declinou de 20% para 19%).
No primeiro turno, Haddad dividiu com outros candidatos os votos da fatia do eleitorado que anseia por mudança. Terceiro colocado, Celso Rossomanno (PRB) beliscou 21,6% dos votos. Gabriel Chalita (PMDB), o quarto colocado, arrastou 13,6%.
Agora, informa o Datafolha, Haddad atrai eleitores dos candidatos que naufragaram em quantidade maior do que Serra é capaz de seduzir. Entre os eleitores de Russomanno, 53% declaram que votarão no petista. Apenas 20% dizem preferir Serra. No pedaço do eleitorado que optara por Chalita, 50% afirmam preferir Haddad. Só 26% vão de Serra 26%.
Dito de outro modo: os eleitores que enxergavam a mudança estampada nos rostos de Russomanno e Chalita, passaram a ver em Haddad uma opção melhor –ou menos pior— do que Serra. Para reverter esse quadro em que se misturam uma rejeição cavalar e um desejo irrefreável de novidade, o tucano precisaria revelar uma capacidade de sedução inaudita. Impossível não é. Mas tampouco será fácil.
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