Entre um palanque e outro, Lula perde o nexo
Menos de 24 horas depois de ter pedido votos em Campinas e São Paulo para os novatos Márcio Pochmann e Fernando Haddad, Lula desqualificou o 'novo' na cidade de Diadema. Ali, o prefeito petista Mário Reali está com a reeleição ameaçada pelo rival Lauro Michels, um vereador do PV sem experiência executiva.
"Em 1989, o nosso país teve uma eleição presidencial", lembrou Lula. "E se estabeleceu neste país a idéia de que havia um candidato novo. E o povo votou no tal do novo para dirigir o país. O novo era o Collor e vocês sabem o que aconteceu. Agora, estamos vendo em Diadema a mesma fantasia e o mesmo discurso."
Lula pediu ao eleitorado de Diadema que não troque "o certo pelo duvidoso". Disse que "é importante que o povo não entre em uma aventura." A pretexto de desqualificar Lauro Michels, usou um argumento que, em São Paulo, soaria como crítica a Fernando Haddad: "Temos que votar em quem tem história."
Para ele, não convém ao eleitor de Diadema confiar a prefeitura a "alguém que nunca administrou nem a cozinha de casa." A pregação de Lula faz lembrar uma passagem da disputa presidencial de 1994. Num debate televisivo, Orestes Quércia fustigou-o: "Lula nunca dirigiu nem um carrinho de pipoca." E Lula: "É verdade que eu nunca dirigi um carrinho de pipoca, mas também nunca roubei a pipoca."
Considerando-se o retrato que o STF pinta do primeiro reinado de Lula, o vereador Lauro Michels pode, se quiser, injetar o mensalão na disputa de Diadema. Diria algo assim aos eleitores: 'É verdade que eu nunca administrei a cozinha de casa, mas também nunca roubei as panelas'.
– Moral: quando um político começa a falar por experiência é porque ainda não adquiriu experiência suficiente para fechar a boca.
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