Sob impasse, CPI do Cachoeia pode acabar de forma melancólica, sem aprovar o relatório final
Terminou em impasse a reunião que decidiria sobre a prorrogação da CPI do Cachoeira. Mantido o prazo original, a CPI termina no próximo domingo (4). A oposição e os governistas 'independentes' querem esticar a investigação por mais 180 dias. A turma mais afinada com o Planalto só admite mais 45 dias.
Prevalecendo o desacordo, a CPI corre o risco de acabar em fiasco, sem aprovar nem mesmo o relatório final. Em entrevista concedida após duas horas de reunião, o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias, disse que a comissão flerta com a "farsa".
Por quê? A CPI colecionou dados bancários que revelam repasses milionários da construtora Delta para empresas de fachada. Dinheiro de origem pública. Algumas das caixas registradoras estão ligadas à quadrilha de Cachoeira, que atua no Centro-Oeste. Porém, há muito mais.
Farejaram-se ramificações da Delta também no Sudeste. Para aprofundá-las, seria necessário levar à alça de mira pelo menos 29 empresas de fancaria. Algumas delas vinculadas a um personagem conhecido: Adir Assad, com atuação em São Paulo.
Há um cheiro de caixa dois de campanha no vaivém dos recursos. Algo que torna a pressa dos governistas ainda mais constrangedora.
Para obter mais seis meses de CPI, os oposicionistas dependem da adesão de pelo menos 27 senadores e 171 deputados. No Senado, já foram coletadas 37 assinaturas, dez além do necessário. Na Câmara, porém, apenas 114 deputados rubricaram o documento.
Como que pressentindo o fracasso da iniciativa, o tucano Alvaro Dias anunciou que a oposição irá ao Ministério Público Federal. Os dados disponíveis na CPI serão acomodados num pedido de investigação a ser entregue na Procuradoria. Assim, as águas do escândalo retornam ao seu leito original.
Deve-se aos procuradores da República e à Polícia Federal a investigação que levou Carlinhos Cachoeira à cadeia em 29 de fevereiro. Terminando em fiasco, a CPI descerá à crônica política da capital como mera perda de tempo cara. Custou ao bolso do contribuinte pelo menos R$ 200 mil.
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