Eduardo Campos tenta afastar Kassab de Dilma
Eduardo Campos (PSB) procurou Gilberto Kassab (PSD) para tentar demovê-lo da ideia de aderir formalmente ao governo Dilma Rousseff. Deu-se há três dias, em São Paulo. Foi uma conversa reveladora. Ajuda a entender o que se passa nos subterrâneos do bloco governista.
Candidato não declarado à sucessão de 2014, Eduardo precisa do tempo de tevê do PSD para prover oxigênio ao seu projeto. Dilma sabe disso. E tenta seduzir o partido de Kassab oferecendo-lhe um ministério. Com isso, amarra o PSD à sua caravana reeleitoral e, de quebra, asfixia as pretensões de Eduardo.
Kassab deve favores políticos ao governador de Pernambuco, que o ajudou a por o PSD em pé. Porém, vinha dizendo em privado que não faria sentido condicionar os seus movimentos a uma candidatura presidencial que nem sabe se vai mesmo acontecer.
Ao procurar Kassab, Eduardo produziu o paradoxo supremo: presidente de um partido que controla dois ministérios sob Dilma, ele se esforça para convencer o PSD, hoje uma legenda sem-pasta, de que a companhia de Dilma pode não ser bom negócio. Uma novidade voando valeria mais do que um ministério na mão. Sobretudo se o ministério for o das micro e pequenas empresas, recém-criado.
Logo, logo vai-se saber que apito Kassab pretende tocar. Dilma planeja promover os ajustes em sua equipe em fevereiro de 2013, após a eleição dos novos presidentes da Câmara e do Senado.
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