Auditoria revela precariedade dos monumentos de Brasília: rachaduras, infiltrações e mofo, etc
Em auditoria que durou três meses, o Tribunal de Contas do Distrito Federal realizou vistorias em 15 edificações de Brasília. Detectou um quadro de franca deterioração em 13. A precariedade de prédios, monumentos, pontes e viadutos contrasta com os rótulos associados à Capital, marco da arquitetura e do urbanismo, tombada pela Unesco como 'patrimônio cultural da humanidade'.
Mesmo prédios novos, como o Museu da República, projetado por Oscar Niemeyer e inaugurado no final de 2006, já definham. Ali, os auditores do tribunal encontraram trincas, rachaduras e infiltrações. O gesso do teto da entrada exibe um rombo. Na área externa, o concreto está manchado e degradado. Elevadores? Com defeito. Ar condicionado? Sem manutenção.
O Teatro Nacional, outro cartão postal desenhado por Niemeyer, funciona precariamente. Reclama "reparos urgentes", anota o relatório do tribunal de contas. Vigas estruturais estão rachadas. Há infiltrações no telhado e nas paredes. O carpete que forra a principal sala de espetáculos, a Villa Lobos, mofou. O ar condicionado borrifa lã de vidro na atmosfera. Elevadores? Parados. Camarins? "Em péssimo estado de conservação".
Cabe ao governo do Distrito Federal, hoje chefiado pelo petista Agnelo Queiroz, cuidar da Capital da República. O relatório dos auditores anota que a manutenção é "improvisada" e "casual". Não há planejamento.
"Nenhuma das 13 unidades questionadas demonstrou dispor de plano de manutenção de bens públicos de forma a priorizar a manutenção rotineira e planejada", diz o texto. O improviso "encarece a realização desses serviços e geralmente causa maiores transtornos à população."
Como exemplo, menciona-se a Ponte Juscelino Kubitschek, que corta o Lago Paranoá. Foi inaugurada em dezembro de 2002. No início de 2011, uma das pistas cedeu. O desnível teve de se reparado às pressas, com todos os custos adicionais decorrentes da urgência.
"O Tesouro Distrital é onerado, pois o gestor só cuida de reparar o bem depois de deteriorado, gastando muito mais do que se tivesse realizado adequadamente sua manutenção, conforme preceitua a lei", escrevem os auditores. Tomada pela aparência, a reforma de 2011 não sanou todos os problemas da Ponte JK. Proliferam os sinais de ferrugem e infiltração.
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