Sob controle do PMDB, Conab emprega filho de Renan Calheiros e ex-mulher de Henrique Alves
Candidatos do PMDB às presidências do Senado e da Câmara, o senador Renan Calheiros e o deputado Henrique Eduardo Alves vêem-se enredados por manchetes adversas. O noticiário molesto engorda na proporção direta da inanição do debate sobre as ideias de ambos para valorizar as Casas que desejam comandar.
Deve-se ao repórter Evandro Éboli a penúltima notícia sobre a dupla. De novo, nada a ver com planos para içar o Legislativo do limbo. Informa que um filho de Renan, Rodrigo Rodrigues Calheiros, e uma ex-mulher de Henrique, Mônica Infante Azambuja, encontram-se abrigados na folha da Conab.
Estatal responsável pelo abastecimento, a Conab pende do organograma do Ministério da Agricultura, convertido sob Dilma Rousseff em feudo do PMDB. Rodrigo Calheiros e Mônica Azambuja ganharam contracheques bancados pelo contribuinte em 2011. Ele em abril. Ela em junho. Nessa época, respondia pela pasta da Agricultura Wagner Rossi. Afilhado do vice-presidente Michel Temer, ele foi varrido do cargo sob denúncias. Foi uma das vítimas da pseudofaxina de Dilma. Sucedeu-o no posto o atual ministro Mendes Ribeiro, deputado do PMDB gaúcho.
O filho de Renan belisca salário mensal de R$ 10,5 mil. A ex-mulher de Henrique recebe R$ 10,1 mil. Ele, embora lotado na presidência da companhia, tem mesa na diretoria de Gestão de Pessoas, comandada por Rogério Abdalla, homem do PMDB. Ela dá expediente na diretoria de Operações e Abastecimento, chefiada por Marcelo de Araújo Melo, candidato derrotado a vice-governador de Goiás na chapa encabeçada por Iris Rezende, do PMDB.
Procurada, a Conab manifestou-se por meio da assessoria. Informou que a presidência e as diretorias da estatal dispõem de cargos de livre nomeação, preenchidos por "indicações políticas". Informou-se, de resto, que tais indicações não são feitas apenas pelo PMDB.
Com transparência franciscana, a Conab esclareceu: "Os partidos da base aliada e outras legendas indicam pessoas qualificadas para o cargo, e o governo promove as nomeações. Tanto Rodrigo quanto Mônica foram contratados na época de [Wagner] Rossi, e foram mantidos pela continuidade do cumprimento de suas funções". Ah, bom!
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