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Josias de Souza

Derrotado por Cunha, Mabel pede ao STF que anule a eleição do ‘líder’ do PMDB na Câmara

Josias de Souza

05/02/2013 18h22

As desavenças internas do PMDB da Câmara foram parar no STF. Derrotado pelo colega fluminense Eduardo Cunha, o deputado goiano Sandro Mabel protocolou mandado de segurança pedindo que seja anulada a eleição do novo líder do partido, realizada na noite de domingo. Questiona a vitória de seu rival sob a alegação de que deputados empossados irregularmente participaram do processo de escolha.

Mabel menciona na petição dois suplentes: Marcelo Guimarães Filho (PMDB-BA) e Leomar Quintanilha (PMDB-GO). Eleitores de Cunha, foram empossados no sábado passado, véspera da eleição do líder. Assumiram as cadeiras de deputados que, filiados a outras legendas, que pediram licença para reforçar a infantaria de Cunha. São eles: João Carlos Bacelar (PR-BA) e Lázaro Botelho (PP-TO).

Para Mabel, foram ilegais tanto o afastamento dos titulares dos mandatos quanto a posse dos suplentes. Por quê? Nada disso poderia ter ocorrido durante o recesso parlamentar. Recorda-se na ação que os dois suplentes foram empossados em pleno sábado por uma aliada de Eduardo Cunha, a deputada Rose de Freitas (PMDB-ES), até ontem vice-presidente da Câmara.

Três deputados disputaram a liderança do PMDB: além de Cunha e Mabel, o gaúcho Osmar Terra. A disputa foi definida em dois turnos. No primeiro, Cunha obteve 40 votos; Mabel, 26; e Osmar, 13. No segundo, Cunha prevaleceu sobre Mabel por 46 a 32. Quer dizer: a ausência dos dois suplentes não altetaria o resultado.

Desde a semana passada que Mabel ameaçava recorrer à Justiça. No final de semana, informara que desistira de reclamar. Era lorota. No Supremo, a reclamação do deputado foi à mesa do ministro Luiz Fux. Impossível antecipar a posição do magistrado. O que já está claro é que as trincas na bancada de deputados do PMDB são mais profundas do que a cúpula do partido admitia.

Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.