PMDB decide lançar candidatos na maioria dos Estados e rejeita os ‘palanques duplos’ com PT
Incomodado com o lançamento prematuro da recandidatura de Dilma Rousseff, o PMDB decidiu abreviar o calendário eleitoral também nos Estados. Em convenção nacional marcada para este sábado, o partido do vice-presidente Michel Temer aprovará resolução recomendando aos seus diretórios estaduais que lancem candidatos a governador.
A legenda deseja concorrer com nomes próprios na maioria das unidades da federação. Mesmo naqueles pedaços do mapa onde o PT for o principal antagonista. A decisão foi tomada contra um pano de fundo impregnado do veneno que escorre no Rio de Janeiro. Ali, o PMDB do governador Sérgio Cabral divulgou há dois dias uma nota tóxica.
No texto, esse PMDB fluminense se contrapôs à candidatura petista do senador Lindbergh Farias e cobrou o apoio do PT ao preferido de Cabral à sua própria sucessão, o vice-governador Luiz Fernando Pezão. De resto, a nota informa que, uma vez desatendido, o PMDB do Rio vai se sentir desobrigada de apoiar a recandidatura presidencial de Dilma Rousseff.
A resolução a ser aprovada neste sábado deixará subentendido que o PMDB federal desistiu de reeditar em 2014 a política do palanque duplo que celebrara com o PT na temporada eleitoral de 2010. Avalia-se que a tática não funcionou. Por quê? Segundo a caciquia da tribo dos pemedebês, o PT roeu a corda.
Menciona-se como protótipo do insucesso o caso da Bahia. Candidato do PMDB, Geddel Vieira Lima fechara com o PT um acordo prevendo a presença de Lula e Dilma em seu palanque e também na propaganda eletrônica. A coisa foi escrita e avalizada pelas direções nacionais das legendas. A despeito disso, a dupla de estrelas do PT só apareceu nos comícios e na vitrine televisiva do então candidato petista Jaques Wagner, que prevaleceu na Bahia.
A exemplo do que se passa no Rio, o PMDB se estranha com o PT em pelo menos nove praças: Bahia, Pernambuco, Maranhão, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Mantendo-se a atmosfera de desavenças, não são negligenciáveis as chances de alguns desses diretórios franquearem seus palanques a rivais de Dilma na corrida presidencial.
Assim, a resolução de sábado servirá de escudo e de aviso. Será usada como escudo pelos dirigentes estaduais do PMDB que precisam de um pretexto para desembarcar da canoa de Dilma. Ao estimular a construção de candidaturas próprias nos Estados –mesmo quando dissociadas dos interesses do petismo—, o comando do PMDB federal perde a autoridade para se contrapor a futuras dissidências.
O documento será invocado como aviso para o PT e, sobretudo, para Dilma Rousseff. A peça vai ao noticiário como a primeira evidência documental de que as relações do PMDB com o governo, sempre atribuladas, podem azedar um muito mais. Conforme já noticiado aqui, o partido de Temer flerta com o risco de chegar a 2014 rachado.
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