Portos: Campos diz que Brasília não dará lições
Em boca fechada não entra mosca, diz o brocardo. Nem pavê de chocolate, retrucaria Eduardo Campos, cujos lábios, em fase de irrefreável descolamento, parecem ter descoberto o gosto doce da crítica. Conforme noticiado aqui, o governador pernambucano recebeu o deputado Paulinho (PDT-SP) e um grupo de sindicalistas da Força Sindical. Firmaram um pacto contra a MP dos Portos, em tramitação no Congresso desde dezembro.
Ficou combinado que o presidenciável do PSB acionará a bancada de Pernambuco para retirar da MP de Dilma Rousseff o que Paulinho e sua turma chamam de usurpação de direitos dos portuários. E o mandachuva da Força Sindical incluirá na pregação da sua tropa a defesa da autonomia dos governadores sobre os portos assentados nos seus Estados –o que inclui o combate à transferência das licitações para Brasília.
Após reunir-se com Paulinho e Cia., Campos falou aos repórteres. Refutou o argumento do Planalto de que seria mais rápido fazer as licitações na capital. Disse que Brasília administra "há muitos anos dezenas e dezenas de portos que são infinitamente mais ineficientes do que Suape", o atracadouro de Pernambuco.
E concluiu, sem medo das moscas: "Como é que o porto público mais eficiente do Brasil poderá tomar lição com quem há décadas gere portos mais ineficientes? Entre a palavra e o fato, eu fico com o fato." Paulinho serviu ao governador uma fatia de pavê. Fez isso ao estimular suas pretensões presidenciais.
Aos repórteres, Paulinho disse considerar "importante" que Eduardo Campos dispute a Presidência em 2014. "Ele mostrou seu trabalho, é governador pela segunda vez, elegeu prefeito, tem prestígio no Nordeste todo, enfim, é importante que ele se coloque como candidato."
Para não parecer que levanta âncora antes da hora, Paulinho simulou comedimento. "Só quem está em campanha é a Dilma. Consideramos um erro a presidente fazer campanha faltando dois anos para a eleição. Estamos preocupados com as pautas."
Informou que, em 25 de março, Campos fará palestra em evento promovido pela força Sindical em São Paulo. Sobre o quê? "Ele vai falar dos problemas do Brasil e como podem ser resolvidos". Ah, bom! Convém bater um inseticida no auditório. Vai que aparece uma mosca.
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