Sobre Dilma, cão que corre atrás de carros e lixo
Dizem que o Brasil tem memoria curta. Dilma Rousseff parece apostar que o Brasil não tem mesmo é muita curiosidade. Em 2011, difundiu-se a versão segundo a qual Dilma ficou irritada com os malfeitores dos seus ministros. Súbito, descobre-se que a irritação da presidente é como cachorro que corre atrás de carros. Persegue seus alvos por algum tempo. Dá a impressão de que vai estraçalhá-los. Mas logo desiste.
Em 2011, Dilma "varreu" da Esplanada Carlos Lupi (PDT) e Alfredo Nascimento (PR). Agora, reconcilia-se com o "lixo", manda a irritação para a reciclagem e torce para que a plateia não cobre sua incoerência. Afinal, apenas segue a tradicão, adotando a ética de resultados de Max Weber, na tradução de FHC. Que já havia encantado o padrinho Lula.
Após acertar-se com Lupi, que acaba de terceirizar o Ministério do Trabalho ao cupincha Manoel Dias, Dilma tentará recompor-se com Alfredo e sua turma nesta semana. A presidente se dispõe a devolver a pasta dos Transportes ao PR. Discute apenas o nome. Dilma quer o ex-senador Cesar Borges (BA). O partido prefere um deputado. Sugere Luciano Castro (PR-RR).
A presidente deve reunir-se também com a galera do PTB, que aproveita a temporada para tentar beliscar uns cargos. De resto, Dilma espera decidir nos próximos dias se entrega ou não a recém-criada pasta das Micro e Pequenas empresas ao PSD de Gilberto Kassab.
Dilma dispõe de pesquisas que atribuem parte de sua popularidade à imagem de cachorro que corre atrás de carros. Se pudesse, morderia os pneus. Mas Lula aconselhou-a a olhar por cima dos partidos e seus líderes. Procedendo assim, ela enxerga o tempo de tevê, não a reputação de cada um: 1min10s do PR, 44s do PDT, 38s do PTB, 1min39s do PSD… É a ética medida em segundos.
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