Senado nega quórum e impõe derrota parcial ao governo, retardando análise da lei do torniquete
Dilma Rousseff e o condomínio governista, PT e PMDB à frente, sofreram uma derrota parcial na guerra política em que se converteu a apreciação do projeto de lei que inibe a criação de partidos. Pressionado pelo Planalto, o bloco governista requereu no Senado a votação de um pedido de urgência para o projeto enviado na véspera pela Câmara. Por falta de quórum, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que presidia os trabalhos, teve de encerrar a sessão.
Renan tentara aprovar o requerimento numa votação simbólica. "Os senadores que estoveremde acordo permaneçam como se encontram", disse. A turma do contra levantou os braços. E, numa aferição visual, prevaleceu. Renan poderia ter declarado o resultado. Mas preferiu esticar os procedimentos. Pediu aos líderes que orientassem suas bancadas.
Depois, somou os votos doas bancadas dos partidos cujos líderes manifestaram-se a favor do torniquete paritdário. E anunciou: "Quanrenta e sete 'sim'. É maioria absoluta. Aprovado o requerimento." Ouviu-se um alarido no plenário. Os líderes do PSDB, Aloysio Nunes, e do PSB, Rodrigo Rollemberg pediram verificação do quórum. Algo previsto no regimento.
Não restou a Renan senão anunciar a votação nominal. Convocou os senadores que estavam no gabinete a comparecerem ao plenário. Para não contribuir com a formação do quórum, oposicionistas e dissidentes decidiram não levar os respectivos nomes ao painel eletrônico. Entraram em obstrução. Ficou entendido que cabia ao governo reunir sua infantaria e exibir os músculos.
Decorridos dez minutos, apareceram no painel os nomes de escassos 23 senadores. Coisa mixuruca considerando-se o número total de senadores: 81. A oposição passou a fustigar Renan para que encerrasse a sessão. E nada. Até que, numa intervenção sóbria, o líder tucano Aloysio Nunes ponderou:
"Vossa excelência é experiente, calejado. Pode dar lição de política a todos nós. Não é à toa que estamos apenas com 23 nomes no painel. Sabemos que a razão é política. Não há maioria política para aprovar esse requerimento hoje. Amanhã pode haver. Hoje não haverá. Peço que encerre a votação." Rendendo-se ao óbvio, Renan encerrou a sessão. O governo voltará à carga na semana que vem.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.