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Josias de Souza

PMDB cansou dos seus ‘ministros de mão única’

Josias de Souza

18/05/2013 05h57

O Planalto e parte de sua 'base aliciada' enfrentam uma crise de conceitos. Dilma Rousseff acredita que dispõe de um ministério de reféns. Nessa categoria, os ministros serão ministros enquanto seus partidos obedecerem ao governo no Congresso. O PMDB da Câmara acha que, se Dilma pensa assim, deveria mandar para o olho da rua os ministros da legenda.

Um tanto exausta do tratamento que recebe da presidente, a maioria da bancada federal do PMDB anda de saco cheio dos seus "ministros de mão única". Dias atrás, um cacique com trânsito junto aos deputados enquadrou, por assim dizer, um ministro: "Vocês precisam entender que não são representantes do governo dentro PMDB. Em verdade, vocês deveriam representar o PMDB no governo."

Sobram farpas até para Michel Temer. Avalia-se que, no jogo do leva-e-traz, o vice-presidente deveria se preocupar com a primeira parte da brincadeira. -se precisa se preocupar estaria preocupado apenas com a segunda parte da brincadeira. "O Temer não pode ser apenas o vice-presidente que traz as demandas da Dilma para o partido", disse o cacique. "Ele precisa levar as opiniões do partido à presidente".

Resumindo a encrenca numa frase: o PMDB não dará vida fácil para Dilma na Câmara.

Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.