Renan mantém palavra e MPs de Dilma vão cair
Antes de encerrar a sessão noturna do Senado, Renan Calheiros reafirmou, às 23h42, a decisão de não votar as duas medidas provisórias recebidas da Câmara nesta terça-feira (29). Ambas perdem a validade em 3 de junho. Os senadores teriam seis dias para analisá-las. E Renan avisara que não admitiria mais a tramitação de MPs que chegassem a menos de sete dias de caducar.
O presidente do Senado reafirmou sua posição em resposta a um questionamento do senador Eduardo Braga, líder do governo. Ele perguntou se os sete dias não deveriam ser contados a partir desta terça. Renan informou que a contagem seria feita a partir do dia seguinte ao da chegada da medida provisória.
Informou que a primeira MP, que permitiu o desconto na conta de luz, chegou da Câmara às 14h53. A outra, que estendeu a 16 setores econômicos a desoneração da folha de salários, aportou no Senado às 20h20. Emendou:
"A Câmara aprova MP na terça e quer que complete sete dias na segunda? Lamento que o meu calendário seja diferente." Dona de uma maioria parlamentar acachapante, Dilma Rousseff perdeu mais uma. Ou duas, dependendo do ponto de vista. Mais uma evidência de que a coordenação política do Planalto foi para o beleléu.
O governo agora terá de se virar para ressuscitar as providências previstas na MP. Por ora, o vexame é apenas congressual. O eventual aumento da conta de luz empurraria o fiasco para dentro da urna. Mais cedo, a ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) dissera que "não há o risco" de cancelamento do desconto energético.
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