MPF investiga compra de refinaria da Petrobras
Certas transações são tão inexplicáveis que ajudam a explicar o interesse do homem em descobrir se há vida inteligente noutros planetas. Neste, as demonstrações escasseiam. Tome-se o caso da refinaria comprada pela Petrobas em Pasadena, nos EUA. O negócio foi tão esquisito que deixou a impressão de que os humanos que o conduziram na estatal pararam de evoluir. O Ministério Público Federal decidiu investigar.
Para resumir: a belga Astra Oil comprou a refinaria de Pasadena, em 2005, por US$ 42,5 milhões. Em 2006, vendeu 50% do negócio à Petrobras por US$ 360 milhões. As duas empresas desentenderam-se. Em 2011, ao final de uma renhida desavença judicial, a Petrobras topou pagar pelos 50% da Astra a bagatela de US$ 839 milhões. Tornou-se a única proprietária da refinaria americana.
Pois bem. Ao se dar conta de que entrara numa fria, a Petrobras decidiu passar a refinaria nos cobres. Apareceu um único interessado, a empresa americana Valero. Ofereceu US$ 180 milhões. Repetindo: a estatal brasileira enterrou US$ 1,19 bilhão num negócio cujo valor de mercado corresponde a pouco mais de um décimo da cifra desembolsada.
Chama-se Orlando Monteiro Espíndola da Cunha o procurador da República que vai esquadrinhar o caso. Está lotado no Rio. Na portaria que abriu o inquérito, ele deu a entender que o caso pode não ser de falta de inteligência mas de excesso de esperteza. Anota que há indícios de superfaturamento e diz suspeitar da incidência de pelo menos mais dois crimes: peculato (roubo ou desvio de dinheiro ou bens por funcionário público) e evasão de divisas.
A refinaria de Pasadena é parte da herança maldita que o petista Sérgio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras, deixou para a sucessora Graça Foster. Afora a investigação requisitada pelo procurador Orlando Cunha, há na Câmara um pedido de CPI com 199 assinaturas de apoiadores. assinam (171 já são sufienjtes. Por ora, nada. Exceto o malcheiro, claro.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.