Aécio critica o Mercosul e defende mudanças
O presidenciável tucano Aécio Neves criticou o Mercosul e deu a entender que, num eventual retorno do PSDB ao poder, o Brasil proporá a reformulação do mercado comum. Fez isso em entrevista a um jornal da Argentina, o 'La Nacion'. "Temos que ter a coragem de repensar e revisar o Mercosul", declarou.
No dizer de Aécio, o Mercosul "está muito engessado". Para ele, já não há a certeza de que "a união aduaneira é ainda o melhor caminho." Acha que não se deve "perder as alianças comerciais do Brasil com a Argentina." Porém, sustenta que, do modo como está, o Mercosul não ajuda a nenhum dos dois países.
"Temos que transformar o Mercosul em uma área de livre comércio, que permita a cada Estado-membro firmar acordos comerciais com outros países", afirmou Aécio. Ele deu uma ideia do que considera adequado: "A Aliança do Pacífico, constituída por México, Colômbia, Peru e Chile, é um exemplo de dinamismo."
Ao longo da entrevista, perguntou-se a Aécio por que acredita que agora sera possível derrotar o PT. E ele: "O modelo do PT, tanto na gestão da economia como na administração política do país, está acabando, está se enterrando sozinho. […] Na verdade, a agenda que ainda está sendo executada no país foi proposta e implementada inicialmente por nós, pelo presidente Fernando Henrique Cardoso."
Aécio avocou para o tucanato "a estabilidade monetária com o Plano Real, a abertura econômica, as privatizações, a mobilização social, e os primeiros programas de transferência de renda direta, que depois foram ampliados no governo Lula." Fora isso, o petismo "não propôs nada novo", provocou. "E agora o cenário econômico futuro do Brasil é extremamente preocupante."
Voltando-se para sua potencial adversária em 2014, Aécio declarou que "Dilma está demonstrando ser ineficiente." Recordou-se ao entrevistado que seu alvo é muito popular. Aécio olhou novamente para o retrovisor: "A popularidade da presidente hoje ainda é consequência de um sentimento de bem-estar que permanece no país por medidas tomadas muito antes, inclusive nos governos do PSDB."
Falando antes da divulgação do Datafolha que apontou queda de oito pontos percentuais na aprovação do governo Dilma, Aécio vaticinou: "Estou seguro de que esses indicadores começarão a sofrer baixas nos próximos meses, quando as pessoas começarem a notar a deterioração."
Desdenhou, de resto, da capacidade de Dilma de converter prestígio em votos. "De qualquer maneira, essa popularidade pessoal dela não se confunde a nível eleitoral. Nas últimas eleições municipais, no ano passado, o PT perdeu em numerosas capitais do país, sobretudo no Nordeste, onde dominava." Não fez referência à participação de Lula nas campanhas. Tampouco mencionou a vitória do "poste" Fernando Haddad, que prevaleceu em São Paulo sobre o tucano José Serra.
Instado a dizer o que pensa sobre Lula, Aécio primeiro assoprou: "Lula é uma figura imensamente popular e não desconheço suas virtudes." Depois, mordeu: "Mas a pior herança que o PT como um todo deixará ao seu successor é um padrão ético extremamente baixo. Lamentavelmente, no Brasil a corrupção se expandiu por inúmeras vias."
Curiosamente, Aécio não fez citou o mensalão. Preferiu concentrar-se em mazelas mais recentes. "Há hoje uma certa condescendência do governo com os atos de corrupção e os malfeitos. Prova disso é o grande número de ministros que tiveram de sair do governo por denúncias feitas pela imprensa, que depois não foram julgados."
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