Movimento ‘apartidário’ é apoiado por partidos
Fundado em janeiro de 2005 num encontro do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, o MPL (Movimento Passe Livre) declara-se "autônomo, independente e apartidário". Mas esclarece que não é "antipartidário". Nem poderia. Ocupa as ruas de cidades como São Paulo e Rio de Janeiro com o apoio de pelo menos três partidos: o esquerdista PSOL e os ultra-esquerdistas PSTU e PCO.
Espécie de versão brasileira do movimento americano Occupy Wall Street e seus congêneres europeus, o MPL conta também com o suporte da Conlutas, a central sindical dos movimentos sociais. Sob seu guarda-chuva reúnem-se, por exemplo: MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), MTL (Movimento Terra, Trabalho e Liberdade), Anel (Assembleia Nacional de Estudantes Livre) e MML (Movimento Mulheres em Luta).
Nesse outono, quase inverno brasileiro, o MPL utiliza táticas de mobilização empregadas com sucesso em outros países –de nações árabes aos EUA. Um pequeno grupo se reúne em locais ignorados, para fixar o calendário e deliberar sobre os métodos de manifestação. Depois, dissemina as decisões, a baixíssimo custo, pelas redes sociais na internet. E as articulações, como num passe de mágica, saltam do cristal líquido para o asfalto.
Desde a origem, o DNA do MPL é universitário. Lutava pelo direito dos estudantes ao transporte público gratuito, o "passe livre estudantil". Posteriormente, passou a pleitear o passe livre para todos. Prega a expropriação das empresas privadas de transportes coletivos. Acha que o setor deve ser monopólio estatal. Mal comparando, o MPL é uma especie de MST das rodas e dos trilhos.
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