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Josias de Souza

Sobre Dilma, fair play, futebol e o pio do povo

Josias de Souza

16/06/2013 03h30

O Brasil, para ficar como Dilma Rousseff deseja, precisa trocar de torcida. Essa que compareceu ao Estádio Mané Garrincha, em Brasília, é inteiramente inadequada. Uma legião de Velhos do Restelo. Vindo da Suíça, terra onde o leite já sai das vacas pasteurizado, o companheiro Joseph Blatter, da Fifa, ralhou: "Onde está o respeito, onde está o fair play?". As vaias aumentaram.

Até o desafeto José Maria Marin, da CBF, tentou salvar a cena puxando uma salva de palmas. Os apupos prevaleceram. Bons tempos aqueles em que o futebol era o ópio do povo. Hoje, gasta-se R$ 1,2 bilhão num estádio para que ele seja usado como amplificador do pio do povo. Quanta ingratidão! O Planalto deveria considerar a hipótese de trocar a torcida brasileira por torcedores terceirizados vindos da Suíça de Blatter. São pessoas muito mais respeitosas. E que fair play!

– Em tempo: Havia no Mané Garrincha algo como uma centena de congressistas que não pagaram para entrar. Dilma deveria mandar investigar essa gente. Se bobear, o coro de vaias foi puxado por um deputado do PMDB.

Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.