Obra de São Asfalto: Brasil joga e Senado age
Com o ritmo ditado pelas ruas, o Legislativo brasileiro vive uma fase inusitada. Os congressistas ganharam a noção de tempo. Hoje, ontem foi há muito tempo. De costas para o Brasil X Uruguai, o Senado vota um projeto de lei do senador Pedro Taques (PDT-MT). A proposta torna a corrupção um crime hediondo. Coisa pautada por Renan Calheiros (PMDB-AL), denunciado no STF por corrupção passiva.
No Mineirão, 2 X 1. Jogo jogado. No Senado, prenúncio de goleada. Um discurso atrás do outro. Ressalvados os detalhes, todos a favor. Os senadores cuidam dos segundos. A besta-fera uivante mostrou que os minutos passam.
Amanhã, tudo pode voltar à corriqueira anormalidade. No momento, porém, um inusitado surto de normalidade se abate sobre Brasília. Nessa fase do ano, semana de São João, o Congresso costuma se autoconceder um recesso branco. Súbito, a vida tornou-se mais dura. Milagre de São Asfalto!
– Atualização feita às 18h12 desta quarta (26): o Senado acaba de aprovar o projeto que torna a corrupção um crime hediondo. Votação simbólica. Deu-se a U-N-A-N-I-M-I-D-A-D-E. A matéria segue para a Câmara. Do lado de fora do prédio de Niemeyer, arma-se nova manifestação. A arquibancada informa que quer mais! No plenário, um grupo de senadores promete ficar de vigília enquanto durar o protesto. Segue o jogo.
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