Dilma lança o plano de importação de médicos

Alheia aos protestos de entidades médicas, Dilma Rousseff formaliza nesta segunda (8) o lançamento do programa 'Mais Médicos para o Brasil'. A partir do diagnóstico de que faltam médicos no Brasil, prevê a importação de profissionais para trabalhar em unidades do SUS assentadas em cidades do interior e na periferia das regiões metropolitanas. O Conselho Federal de Medicina contra-argumenta: faltam ao SUS estrutura, equipamentos e medicamentos, não médicos.

Segundo o ministro Alexandre Padilha (Saúde), o governo dará preferência aos médicos vindos de Portugal e da Espanha. Desistiu de firmar convênio com o governo de Cuba. Prefere contratar os médicos individualmente. Eles serão liberados de fazer o 'Revalida', teste que a lei brasileira impõe aos profissionais formados no exterior. Para as entidades médicas, a dispensa do teste é absurda. Ameaçam recorrer à Justiça.

Dilma vacionou-se contra a pregação dos médicos brasileiros em 24 de junho. Nesse dia, ela inclui o 'Mais Médicos' no rol de pactos que propôs a governadores e prefeitos em resposta à revolta das ruas. Ao discursar, disse que os médicos brasileiros terão prioridade. Os estrangeiros só irão às vagas refugadas.

O anúncio de Dilma coincide com o início de mais uma "marcha" de prefeitos sobre Brasília. Coisa organizada pela CNP (Confederação Nacional de Prefeitos). Outra entidade, a Frente Nacional de Prefeitos, será representada na solenidade do Planato pelo seu presidente, José Fortunatti (PDT), atual prefeito de Porto Alegre.

Além de Dilma e Padilha, vai ao microfone no Planalto o ministro Aloizio Mercadante (Educação).  Por quê? O programa inclui a abertura, até 2017, de 11.400 vagas em cursos de graduação de médico e de 12.400 vagas de médicos residentes em hospitais universitários.