Deputado protocola um pedido de CPI da Copa
O deputado Izalci Lucas (PSDB-DF) protocolou na Mesa Diretora do Congresso um pedido de CPI para investigar os gastos do governo nas obras da Copa do Mundo de 2014. Foram recolhidas 192 assinaturas de deputados e 28 de senadores. O regimento exige no mínimo 171 rubricas na Câmara e 27 no Senado. Portanto, obteve-se o número de apoiadores necessários para a instalação de uma comissão mista, com representantes das duas Casas do Legislativo.
O próximo passo é a conferência das rubricas. Confirmando-se a autenticidade, Renan Calheiros, que acumula as presidências do Senado e do Congresso, terá de ler o pedido em plenário. Algo que só poderá ser feito em agosto, já que o Congresso entra em recesso branco nesta quinta (18). Depois, os partidos serão convidados a indicar os seus representantes na nova CPI. E marca-se a data da instalação.
A apresentação do pedido de CPI vai às manchetes como mais uma evidência da deterioração do bloco partidário que dá suporte congressual a Dilma Rousseff. O apoio à presidente decresce na proporção direta da queda de sua popularidade nas pesquisas. "Depois da mobilização popular, há mudança de comportamento dos parlamentares", constata Alvaro Dias (PR), vice-líder do PSDB no Senado. "Agora, já conseguimos assinaturas para instalar uma CPI. Espera-se que a comissão possa trabalhar, sem que haja uma operação abafa."
A Copa foi um dos principais motes dos protestos de rua de junho. Numa analogia com os estádios remodelados, as faixas e cartazes pediam que o governo adotasse nas áreas da saúde e educação um "padrão Fifa". A exemplo do que fez em outras ocasiões, o Planalto pressiona seus supostos aliados para que retirem as assinaturas do requerimento de CPI. Na Câmara, será mais difícil. Há 21 rubricas além do necessário. No Senado, é mais fácil. Só há uma assinatura de sobra.
As fornalhas do Congresso só serão religadas em agosto. Ou seja: o Planalto dispõe de duas semanas para operar. O deputado Izalci, autor do pedido de CPI, apresssou-se em divulgar no seu site uma lista com os nomes dos congressistas que apoiaram e os que ainda não assinaram o requerimento. Repare aqui. A coleta foi feita em cerca de 20 dias.
A pressão do Planalto já é intensa. Izalci conta que foi procurado pelo colega Anthony Garotinho (RJ), líder do PR. "Ele me disse que recebeu um telefonema da Ideli Salvatti [ministra das Relações Institucionais] pedindo que retirasse a assinatura do pedido de CPI. E me garantiu que, além de não retirar, recomendará ao pessoal do PR que também mantenha as assinaturas", relatou Izalci.
Para desassossego de Dilma, o deputado tucano também planeja se manter no gramado. Quer enfiar novas assinaturas dentro do requerimento de CPI. "O senador Magno Malta [PR-ES] está doente. Mas já avisou que quer assinar. O senador Paulo Paim [PR-RS] ia assinar. Reuniu-se com a bancada do PT, ouviu apelos e pediu tempo. O senador Rodrigo Rollemberg [PSB-DF] também disse que iria pensar."
Simultaneamente, corre no Congresso outro pedido de CPI Mista. Sugere a investigação das operações de crédito realizadas pelo BNDES com verbas do Tesouro Nacional.
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