Geddel, do PMDB, exalta na tevê PSDB e PSB
Sempre que instados a falar sobre 2014, os políticos são francos e diretos. Dão logo pseudônimo aos bois. O grau de sinceridade aumenta na proporção direta do avanço do calendário. Nesse momento, a plateia testemunha a etapa mais interessante do processo político –a fase em que todos recorrem a estratagemas para atingir seus subterfúgios.
Nesse contexto, chama especial atenção a coreografia de Geddel Vieira Lima, presidente do PMDB da Bahia. Amigo do vice-presidente Michel Temer e ex-ministro de Lula, Geddel tornou-se um personagem de dois gumes. Em Brasília, serve ao governo petista de Dilma Rousseff como vice-presidente da Caixa Econômica Federal. Na Bahia, guerreia contra a administração petista de Jaques Wagner.
Num instante em que se equipa para disputar a cadeira de governador, Geddel protagoniza no rádio e na tevê peças de propaganda do PMDB. São vídeos e áudios de 30 segundos. Abordam temas que ocupam o topo da preocupação dos brasileiros: educação, saúde e segurança. Geddel usufrui da munição eletrônica alvejando a gestão de Jaques Wagner. Até aí, mais do mesmo.
A novidade está no método. Geddel utiliza a propaganda partidária para comparar os "fracassos" do PT na Bahia com os "êxitos" do PSB em Pernambuco (vídeo no alto) e do PSDB em Minas Gerais (vídeo no radapé). Exalta também a gestão do tucano Beto Richa no Paraná (aqui). A essa altura, qualquer criança de cinco anos decifra a alma do mandachuva do PMDB baiano.
Ao alisar Pernambuco, Geddel acena para Eduardo Campos, o presidenciável do PSB. Ao acarinhar Minas, sorri para Aécio Neves, presidenciável do PSDB. Fica subentendido que, se conseguir colocar o seu palanque em pé, o amigo de Temer recepcionará na Bahia um adversário de Dilma Rousseff. Ao incluir no balé o tucano Beto Richa, fechado com Aécio, Geddel acomoda mais fichas no pano verde do PSDB do que no do PSB.
No mais, basta recordar 2010. Naquele ano, Geddel disputou o governo estadual contra o próprio Jaques Wagner. Firmou em Brasília um acordo de palanque duplo. No gogó, Lula e Dilma prestigiariam na Bahia as campanhas do PT e do PMDB. Na prática, pediram votos apenas para Wagner.
Para 2014, é improvável que Geddel se anime a fazer novamente o papel de bobo. Assim, fica entendido que o auxiliar de Dilma é, hoje, um ex-aliado esperando para acontecer. Supondo-se que a presidente não o demita, resta apenas um mistério: quando Geddel pedirá demissão da Caixa?
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