Ministério do Trabalho suspende os convênios
Alvejado por uma operação da Polícia Federal que identificou desvios de R$ 400 milhões em repasses para um instituto fraudulento ligado ao PDT, o Ministério do Trabalho decidiu suspender por 30 dias todos os convênios que matém com Estados, municípios, ONGs e universidades.
No total, foram ao freezer 408 convênios. Juntos, somam R$ 836,7 milhões. O grosso dessa cifra, R$ 658,3 milhões, refere-se a acordos celebrados com Estados e municípios. Os contratos firmados com ONGs e universidades somam R$ 178,4 milhões. Pretende-se passar um pente fino em tudo.
Após reunir-se com auxiliares neste sábado (14), o ministro Manoel Dias, que representa o PDT na pasta do Trabalho, disse que cogita cancelar em definitivo os convênios que, embora já firmados, ainda não foram iniciados. Em parceria com o Ministério da Educação, deseja reestruturar os cursos de treinamento profissional.
Na segunda-feira (16), Manoel Dias e sua equipe baterão ponto na Casa Civil da Presidência, chefiada pela ministra Gleisi Hoffmann. Por ordem de Dilma Rousseff, a averiguação dos convênio do Trabalho será feita sob a coordenação do Planalto, que requisitará o auxílio de órgãos como a CGU e a Receita Federal.
Repete-se agora uma pantomima que já havia sido exibida em 2011. Naquele ano, o ministro do Trabalho era Carlos Lupi, presidente do PDT. Decobriu-se que transformara a pasta numa usina de irregularidades. No pedaço mais visível, o descalabro envolvia justamente o desvio de verbas por meio de ONGs.
Nessa ocasião, Dilma ainda vestia o uniforme de faxineira. E Lupi foi ao olho da rua em dezembro de 2011. Deixou na poltrona, como ministro interino, o pedetista Paulo Roberto Pinto. Decorridos seis meses, Dilma nomeou para o posto o deputado Brizola Neto (RJ), desafeto de Lupi.
O PDT fez cara feia. Ameaçou debandar. E Dilma, já no papel de ex-faxineira', chamou o 'faxinado' Lupi para discutir a relação. Negocia daqui, articula dali foi à bandeja o escalpo do deputado Brizolinha. Para o lugar dele, Lupi indicou o deputado Manoel Dias.
Na semana passada, a PF desbaratou outro usina de torrefação de verbas públicas. Chama-se Instituto Mundial de Desenvolvimento e Cidadania. A pretexto de realizar cursos patrocinados pelo Ministério do Trabalho, beliscou R$ 400 milhões. Descobriu-se que os cursos não eram ministrados. Foram ao cárcere duas dúzias de pessoas.
Caiu o número 2 do ministério, Paulo Roberto Pinto -aquele mesmo pedetista que Lupi deixara na Esplanada em 2011. Quer dizer: sob Dilma, não houve nenhum aumento de corrupção no Ministério do Trabalho. Continua nos mesmos 100%.
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