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Josias de Souza

Mercadante foi a gota que fez PSB transbordar

Josias de Souza

19/09/2013 03h40

Na versão de um cacique do PSB, o partido se deu conta de que deveria precipitar seu desembarque do governo federal quando percebeu que era Dilma Rousseff quem manuseava o conta-gotas das ameaças de retaliação. A última gota, aquela que entornou o copo, foi provida por Aloizio Mercadante.

Ministro da Educação nas horas vagas, Mercadante desempenha desde logo o papel de coordenador do comitê reeleitoral. Vem daí que, incomodado com o noticiário que o apontava como candidato à degola, o ministro Fernando Bezerra (Integração Nacional), lhe telefonou.

Segundo relato que fez a Eduardo Campos, seu padrinho na Esplanada, Bezerra disse a Mercadante que o falatório sobre sua demissão iminente o deixava em posição incômoda. Perguntou se a coisa tinha procedência. E pediu orientação.

Mercadante ficou de verificar e ligar de volta. Não ligou. O silêncio foi ouvido pelo PSB como um grito de Dilma. Algo assim: "Xô!" O mais curioso é que Bezerra vinha dizendo que preferia apoiar a reeleição de Dilma a embarcar em "aventura".

Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.