Henrique: ‘Se afrouxar para a Rede vai ter fila’
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), acha que a Jutiça Eleitoral tem que ser inflexível ao julgar o pedido de registro do partido de Marina Silva. "Se o TSE afrouxar para a Rede, vai ter uma fila", disse. "Eu já soube que tem mais três partidos prontos para pedir isonomia de tratamento. Afrouxando para um, vai ter que afrouxar para todo mundo. Aonde isso vai parar?"
Pela conta do TSE, faltam cerca de 50 mil assinaturas para que Marina atinja o número mínimo de apoiamentos necessários à fundação de um partido. Ela pede ao tribunal que inclua na soma algo como 98 mil rubricas que os cartórios eleitorais invalidaram sem dar explicações. Para Henrique Alves, o atendimento do pedido seria "um absurdo".
"Não há dúvida quanto à insuficiência de assinaturas", afirma Henrique Alves. "Mas a Rede apela à sensibilidade das pessoas, bota artista para falar e cantar na internet. Esquecem que outros pedirão os mesmos critérios depois. Iremos rapidamente para 35, 36 partidos. Aonde iríamos parar? Não há democracia que funcione direito com tantos partidos."
Defensor da reeleição de Dilma Rousseff e amigo do vice-presidente Michel Temer, outro crítico feroz da proliferação partidária, Henrique Alves tem razões políticas de sobra para torcer contra a entrada de Marina Silva na corrida sucessória. Mas ele atribui suas restrições a um fenômeno que chamou de "mercantilização dos partidos."
O deputado se explica: "Estão todos vendo o que está acontecendo. Cada parlamentar tem 0,3 segundos de propaganda no rádio e na tevê. Dez deputados dá 30 segundos. Cada um também acha que vale não sei quantos reais do fundo partidário. Uma coisa dessas não pode acabar bem."
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