Blog vai ao recesso e prepara uma plataforma
2014 será um ano de muito trabalho para a imprensa. E a melhor maneira de iniciar um ano trabalhoso é em repouso. Assim, o blog entra em recesso. Retornarei na segunda quinzena de janeiro. Será um descanso produtivo. Rabiscarei na praia, em cima da perna, uma plataforma eleitoral.
Nenhum candidato poderá dizer que a mídia só sabe criticar. De resto, o pedaço do eleitorado que não se sente representado pelos políticos —a faixa dos 16 aos 99 anos, aproximadamente— vai dispor de um conjunto de boas ideias. Servirão de referência para cobrar posições mais claras dos presidenciáveis.
Não silenciarei a respeito de nenhuma das polêmicas que dividem a opinião pública nacional. De saída, convém esclarecer que a plataforma será de radical oposição ao regime. Não suporto a ideia de fazer dieta.
Sustentarei o ponto de vista segundo o qual os jatos da FAB não pertencem à Aeronautica nem ao Renan. Eles são meus! Eles são seus! Eles são nossos! Tenho dúvidas sobre o posicionamento a adotar em relação ao implante de cabelos e à retirada das bolsas de gordura sob os olhos. Nada contra as operações plásticas.
O que preocupa é a mudança de valores insinuada nos procedimentos. Generalizando-se a prática, a calva e as rugas, mesmo quando conquistadas honestamente, não significarão mais experiência nem inspirarão respeito. Pode surgir um processo de calheirização da velhice.
As minorias étnicas e econômicas terão o meu integral apoio. Com a inflação alta e o PIB baixo, ninguém ainda se lembrou de defender a causa do verdadeiro oprimido da economia desgovernada. Nem Dilma Roussef defende o ministro Guido Mantega. Eu o defenderei.
Não é verdade que Mantega se alimente de farinha com previsões equivocadas. É um economista como outro qualquer. Dilma toma as decisões e ele aperta os botões que tem que apertar. As pessoas, esses seres terríveis e imprevisíveis, é que insistem em não se comportar como o planejado.
Lutarei pela descriminalização da maconha e pela liberalização da abertura de empresas no Panamá. Até o Uruguai já liberou o baseado. E depois que o Dirceu mostrou que se va a el Panama com a mesma facilidade que se vai à Papuda, não há razão para limitar o acesso ao paraíso.
Não sei exatamente como funciona um paraíso fiscal. Mas imagino que o dinheiro não fique lá. Por baixo, pode virar um emprego de R$ 20 mil em Brasília. Pelo alto, o céu é o limite. Defenderei a criação do 40º ministério —o Ministério Extraordinário da Corrupção, que se ligará por convênio às secretariais estaduais da Corrupção.
Um corruptor que precise formar cartel ou trocar favores ilícitos por propina não terá mais que perambular de repartição em repartição, perdendo tempo e dinheiro. Haverá uma racionalização instantânea da roubalheira, que passará a pagar imposto, elevando o volume de verbas passíveis de desvio.
A plataforma é revolucionária, reconheço. Mas passa da hora de os candidatos à Presidência encararem de frente as grandes questões nacionais. Esses e outros dilemas —sou radicalmente contra a praia sem sol e a cerveja quente— ocuparão o blog nas próximas duas semanas. Aceito sugestões.
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