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Josias de Souza

Mau humor do eleitor com Dilma está no bolso

Josias de Souza

28/03/2014 07h11

Sérgio Lima/FolhaO Ibope apontou queda de 7 pontos percentuais no índice de aprovação do governo Dilma Rousseff em relação a dezembro do ano passado. Os dados contidos nas dobras da pesquisa evidenciam que o mau humor do eleitor é ditado pelo bolso.

Tomem-se, por eloquentes, dois exemplos: 71% dos brasileiros desaprovam a forma como o governo Dilma combate a inflação, 73% torcem o nariz para o modo como os juros sobem.

Por mal dos pecados, o Banco Central divulgou seu relatório trimestral também nesta quinta. Reduziu sua previsão de crescimento do PIB anual para 2%. E elevou sua estimativa de inflação de 5,6% para 6,1%. Donde já prepara a próxima elevação da taxa de juros, hoje em 10,75% ao ano .

Desde que assumiu, em 2011, Dilma vem sendo a ministra da Fazenda de si mesma. Nesse período, Guido Mantega desempenhou o papel de despachante das vontades da chefa. Dilma apertou os botões que quis apertar. E ficou esperando pra ver como se comportariam esses seres imprevisíveis que são as pessoas.

Para azar da candidata à reeleição, as agulhas atravessadas nos bonecos, no Planalto, ainda não surtiram os efeitos desejados. E furaram o humor das pessoas erradas. Vem daí o sentimento de mudança que contamina dois terços do eleitorado.

Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.