Câmara suspende deputado tucano por 90 dias
Com atraso de sete meses, o plenário da Câmara aprovou no início da noite desta quarta-feira (23) a suspensão do mandato do deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) pela prática de "atos atentatórios ao decoro parlamentar". Ele foi pilhado pela Polícia Federal num relacionamento monetário com o megacontraventor Carlinhos Cachoeira. Aprovada por 353 votos a 26, a suspensão vai durar 90 dias. Nesse período, Leréia perde o contracheque e as verbas de gabinete. Os assessores serão demitidos.
A suspensão de Leréia havia sido aprovada no Conselho de Ética da Câmara em 11 de setembro de 2013. Desde então, aguardava por uma ratificação no plenário da Casa. Em relatório confidencial da PF, o deputado tucano aparece num trecho intitulado "transações financeiras". O texto reproduz conversas de Cachoeira com seus comparsas.
Numa dessas conversas, Cachoeira pede a Geovani Pereira da Silva, então contador de sua quadrilha, para "passar dinheiro" ao deputado tucano. Num grampo de 1.º de agosto de 2011, Cachoeira encomenda a Geovani o repasse de R$ 20 mil a Leréia. Deu instruções específicas. O dinheiro deveria ser entregue "embrulhado em jornal". O PSDB ameaçou expulsá-lo. Ficou na ameaça.
No Conselho de Ética, Leréia defendeu-se alegando que era "apenas amigo" de Cachoeira. Sustentou que nada tinha a ver com os crimes do personagem. Inicialmente, o conselho votou um pedido de cassação do mandato do parlamentar. Não passou. Aprovou-se, então, o pedido de suspensão do mandato por três meses. Coisa inédita na Câmara.
Na sessão desta quarta (23), Leréia subiu à tribuna para se defender. Repetiu o que já dissera antes: nunca negou sua amizade com Cachoeira. Recebeu dinheiro. Mas era empréstimo. Já pagou.
Noves fora o dissabor de ficar sem salário por 90 dias, a suspensão será, na prática, um prêmio. O deputado terá mais tempo livre para dedicar-se à campanha. Ele cogita disputar uma cadeira na Assembleia Legislativa de Goiás.
– Serviço: aqui, a lista de votação com o voto de cada um.
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