Na moda, Petrobras não sai mais da passarela
As modas vão e vêm, mudam sempre. Na política, só a Petrobras é permanente. A expressão vem do francês: prêt (pronto) + à-porter (para levar). No idioma da moda, significa "pronto para vestir". A Petrobras está sempre ali, no cabide, pronta para vestir qualquer discurso. Se uma ideologia já não está dando, aplica-se uma renda na bainha e ela volta a ficar em alta no mercado da baixa política.
Noutras eleições, a Petrobras ajustava-se ao figurino do petismo quando era necessário realçar os pendores privatistas do tucanato. Em 2014, adorna a estratégia da oposição, agora para enfatizar a conveniência de uma reestatização que livre a ex-estatal de permissivas nomeações e impudicas transações. Criou-se no Congresso uma espécie de Petrobras Fashion Week. Tem edições quinzenais.
Nesta quarta-feira (23), a oposição aprovou convites para que retornem aos refletores personagens já bem manjados: José Sérgio Garielli, Graça Foster, Nestor Cerveró e até Guido Mantega. Não chegam a melhorar a imagem do governo. Mas, devagarinho, vão se tornando tão populares quanto Gisele Bündchen.
Sob Dilma, o governo está para a Petrobras assim como os grandes costureiros estão para as mulheres. A única coisa que os move e os inspira é a intenção evidente e obsessiva de desmoralizá-las.
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