Alckmin virou uma espécie de ‘candidato-teflon’
Numa conversa que teve com Fernando Henrique Cardoso, na viagem de volta do funeral de Nelson Mandela, há seis meses, Lula explicou as razões que o levaram a escolher o ex-ministro Alexandre Padilha como candidato do PT ao governo de São Paulo: "Ele tem cara de tucano", disse, entre risos.
Pesquisa Datafolha divulgada neste sábado revela que a premissa embutida no chiste de Lula —a de que paulista gosta de tucano— continua em pé. Candidato à reeleição, Geraldo Alckmin tornou-se um administrador de crises. Não leva a cara para fora do palácio sem ser assediado por dois vocábulos: 'cartel' e 'racionamento'.
A despeito disso, informa o Datafolha, Alckmin conserva 44% das intenções de voto. Juntos, todos os seus adversários somam 31%. Significa dizer que, se os votos descessem à urna hoje, o governador do PSDB seria reeleito no primeiro turno. Seu rival mais bem posto, Paulo Skaf (PMDB), amealhou 21%. Padilha, o 'tucano' petista, colecionou, por ora, ridículos 3%.
No escândalo do cartel do metrô e dos trens, Alckmin mimetiza a tática usada por Lula quando precisou posar de cego: Eu não sabia. Na crise no abastecimento de água, o governador tucano aponta para o alto: é culpa de São Pedro. E um pedaço expressivo do eleitorado dá-lhe crédito.
Em 2006, ano em que Lula prevaleceu sobre Alckmin, reelegendo-se no segundo turno, descobriu-se que nada de ruim grudava na sua imaculada figura. Mal comparando, Alckmin revela-se agora detentor do mesmo poder de refração. Tornou-se, por assim dizer, um candidato-teflon. Nada gruda. Para se manter assim, terá de acender muitas velas para São Pedro. Ou aprender a dança da chuva.
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