Na TV, Dilma fala de Copa protegida das vaias
Para Dilma Rousseff, a televisão tornou-se uma ferramenta multiuso. Na noite desta terça-feira, a presidente utilizou o eletrodoméstico como escudo. Ela expôs às arquibancadas, em rede nacional, sua narrativa sobre a organização da Copa. Protegida atrás da telinha, Dilma expulsou do roteiro o risco das vaias.
Tudo vai bem na pequena área dos pronunciamentos escritos pelo marqueteiro João Santana. Tudo sempre vai bem num texto de João Santana. É o Olimpo nacional. Quando os fatos invadem a propaganda, é necessário extirpá-los. A aparição de Dilma no horário nobre, entre a realidade do telejornal e a ficção da novela, é uma uma espécie de reserva ecológica de felicidade.
Não importa que muitas obras de infraestrutura estejam inacabadas a dois dias da Copa. No pronunciamento de Dilma, tudo segue a ilógica do futebol. "É como disputar uma partida suada, muitas vezes sofrida, com direito a prorrogação e disputa nos pênaltis".
Há obras superfaturadas? Não interessa! No Éden do texto de João Santana, "as contas da Copa estão sendo analisadas, minuciosamente, pelos órgãos de fiscalização." E tem mais: "Se ficar provada qualquer irregularidade, os responsáveis serão punidos com o máximo rigor."
Ao discursar na partida inaugural da Copa das Confederações, no ano passado, Dilma invadiu a vida real com sua ficção. E foi vaiada. Agora, se der as caras nos estádios, Dilma não pretende discursar. Prefere se expressar no mundo que criou atrás da telinha. Ali, ainda que torcesse pela Argentina na arquibancada do Brasil, Dilma não ouviria os protestos.
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