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Josias de Souza

PSDB: Dilma imita propaganda do regime militar

Josias de Souza

11/06/2014 05h32

Presidido pelo senador Aécio Neves, candidato ao Planalto, o PSDB comparou Dilma Rousseff aos generais da ditadura. Fez isso por meio de nota oficial divulgada no final da noite desta terça-feira. No texto, o partido comentou o pronunciamento que a presidente levara ao ar, em rede nacional de rádio e tevê, sobre a Copa do Mundo. "A tentativa de associar a seleção brasileira a um governo lembrou a ofensiva de propaganda do regime militar", anotou o tucanato.

Para o partido de Aécio, "o pronunciamento da presidente foi um esforço para transformar em motivo de orgulho nacional obras inacabadas, gastos superfaturados e a absoluta falta de capacidade de gestão desse governo." Algo que, nas palavras do PSDB, deixa claro que Dilma "não entendeu a mensagem das ruas".

O partido ironizou: "Ao negar-se a discursar na abertura da Copa e escolher a proteção e o silêncio da tela de TV, a presidente buscou uma forma de se esquivar do contato direto com os brasileiros, com o intuito de evitar a repetição das manifestações que ocorreram na Copa das Confederações."

De quebra, o PSDB acusou Dilma de se valer "de um instrumento de Estado, pago pelo contribuinte, para fazer acintosa e ilegal campanha eleitoral." A tática já se tornou usual, criticou o tucanato. "Mas dessa vez [Dilma] surpreendeu ao utilizar o pretexto da Copa do Mundo para criticar milhões de brasileiros que vêm legitimamente manifestando sua discordância com a forma como o governo encaminhou os preparativos do evento." Disponível aqui, a nota tucana vai reproduzida abaixo:

Ao negar-se a discursar na abertura da Copa e escolher a proteção e o silêncio da tela de TV, a presidente buscou uma forma de se esquivar do contato direto com os brasileiros, com o intuito de evitar a repetição das manifestações que ocorreram na Copa das Confederações.

Na rede oficial de rádio e TV convocada esta noite, a presidente ultrapassou ainda mais os limites na mistura do interesse público e dos interesses pessoal e partidários, algo que já se tornou sistemático em seu governo.

Mais uma vez lança mão de um intrumento de Estado, pago pelo contribuinte, para fazer acintosa e ilegal campanha eleitoral.

Mas dessa vez surpreendeu ao utilizar o pretexto da Copa do Mundo para criticar milhões de brasileiros que vêm legitimamente manifestando sua discordância com a forma como o governo encaminhou os preparativos do evento.

A tentativa de associar a seleção brasileira a um governo lembrou a ofensiva de propaganda do regime militar.

O pronunciamento da presidente foi um esforço para transformar em motivo de orgulho nacional obras inacabadas, gastos superfaturados e a absoluta falta de capacidade de gestão desse governo.

Mais uma vez, a presidente deixa claro que não entendeu a mensagem das ruas.

Torcemos todos pela seleção brasileira e por uma grande Copa do Mundo.

Ao trocar o contato direto com os brasileiros na abertura da Copa pelo conforto de mais uma rede oficial de rádio e TV, a presidente pode ter evitado um grande constrangimento, mas não evitará o julgamento das urnas."

Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.