Coligações dão à política a aparência de suruba
Dilma adora Cabral; que apoia Pezão; que é rival de Lindbergh; que se uniu a Romário; que é companheiro de Campos; que esculhamba Dilma; que polariza com Aécio; que é tucano como Alckmin; que abriu o palanque para Campos; que é unha e cutícula com Lula; que pega em lanças por Dilma; que deseja que Aécio e Campos se danem.
Convém retirar as crianças da sala. Como sucede em todo ano eleitoral, os partidos se excitam com a proximidade do prazo final das coligações. A suruba vai até o dia 30 de junho. Nessa fase, o noticiário político só devia ser exibido na tevê de madrugada. Revistas e jornais deviam ser enviados à banca ou à casa do assinante num saco de plástico escuro, com um aviso na capa: proibido para menores de 80 anos.
Vive-se uma daquelas fases pornográficas em que ninguém é inimigo de ninguém. Vivo, Tim Maia gritaria: 'Vale tudo'. Convencionou-se dizer que o eleitor brasileiro não sabe votar. Se for verdade, ele jamais vai aprender num ambiente em que o oportunismo almoça com a conveniência, o marketing janta com o tempo de TV e o interesse público vai para a cama com a desfaçatez.
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