Programa de Dilma terá homenagem a Campos
O brasileiro nasce e cresce sob a pele de homem. Mas fenece como santo. A morte é de uma eficácia promocional inaudita. Ela lava biografias e estreita inimizades. Ao abandonar o governo para se lançar na briga sucessória, Eduardo Campos tornara-se alvo de ironias e críticas dos ex-aliados petistas. A qualificação mais branda que lhe dirigiam era a de "traidor".
Súbito, o PT decidiu reabilitar Campos. O ex-desafeto será homenageado, veja você, na propaganda eleitoral de Dilma Rousseff, cuja reeleição o candidato morto tentava evitar. O formato da homenagem ainda não foi definido. Cogita-se acomodá-la nos lábios de Lula.
O ex-presidente já manifestou seu apreço por Campos numa nota divulgada nas pegadas da tragédia. Mas o texto não tem a mesma serventia eleitoral de uma menção feita na propaganda televisiva de Dilma. Uma alma maldosa poderia supor que o comitê reeleitoral da presidente explora a infelicidade alheia. Bobagem. No Brasil, o morto com defeitos é mesmo uma utopia.
– Ilustração via Miran.
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