Na refrega do PSB, Amaral se compara a Marina
Na briga para permanecer na presidência do PSB até 2017, Roberto Amaral teve de tourear a capitania de Pernambuco, que se julgava herdeira do posto depois da morte de Eduardo Campos. Em privado, Amaral indagou: se Marina Silva era vice na corrida presidencial e virou naturalmente a cabeça da chapa, porque eu, como vice do Eduardo, não seria seu sucessor natural no comando do partido?
Ante a perspectiva de veto, Amaral bateu o pé. Foi preciso um apelo da viúva de Campos, Renata, para que ele concordasse em adiar a eleição da nova Executiva partidária desta segunda-feira para o dia 13 de outubro. Ainda assim, só topou depois que a resistência pernambucana se conformasse em acomodar o emergente prefeito de Recife, Geraldo Júlio, na vice-presidência do partido.
Para tornar-se vice de Marina com o aval da turma de Pernambuco, o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS) comprometera-se em apoiar o nome de um pernambucano para o comando do partido. Esqueceu, porém, de combinar com os russos.
Movendo-se abaixo da linha d'água, Amaral arrastou o apoio do PSB de São Paulo (Márcio França), do Espírito Santo (Renato Casagrande), do Distrito Federal (Rodrigo Rollemberg), de Minas Gerais (Júlio Delgado) e de outras praças menores. De quebra, dividiu Pernambuco, atraindo para sua canoa o secretário-geral Carlos Siqueira, ex-operador de Miguel Arraes e de Eduardo Campos.
A turma do contra argumentava: na burocracia partidária, quem só ambiciona o poder sem levar em conta todo o resto erra o alvo. Amaral parece guiar-se por outra lógica: quem não ambiciona o poder vira alvo. Vingando sua estratégia, Amaral interromperá um ciclo de 21 anos de presidências pernambucanas no PSB —primeiro com Arraes, depois com Campos.
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