Apoio de Marina virou a hesitação depois do fato
Saiu o primeiro Datafolha do segundo turno. Os dados revelam que o eleitorado de Marina Silva não está à espera de uma manifestação dela. Aécio Neves, que obtivera nas urnas do primeiro turno 33,55% dos votos, amealhou 51% das intenções de voto. Dilma Rousseff, que obtivera 41,59% dos votos, apareceu na pesquisa com 49%.
Quer dizer: na virada de um turno para o outro, 66% dos votos obtidos por Marina caíram no cesto de Aécio. Apenas 18% optaram por Dilma. Outros 10% estão indecisos e 6% planejam inutilizar o voto. São sinais de que a pancadaria do petismo contra a ex-senadora petista pode ter instilado na maioria dos eleitores dela uma repulsa por Dilma. Num cenário assim, o apoio formal de Marina a Aécio acaba tendo a importância de uma camada de verniz. Virou hesitação depois do fato.
Graças às novas adesões, Aécio rompeu duas tradições. Pela primeira vez na história do Brasil pós-redemocraização um candidato que obteve menos votos no primeiro turno coleciona mais intenções de voto do que o oponente no segundo round. Desde 2002, quando PT e PSDB passaram a polarizar as disputas presidenciais, jamais um tucano ultrapassara um petista no segundo turno.
O Ibope também divulgou uma pesquisa nesta quinta-feira. Chegou aos mesmos percentuais: 51% Aécio X 49% Dilma. Pesquisas são retratos momentâneos. A campanha do segundo turno está apenas no começo. O PT está diante de um dilema: construir Dilma ou destruir Aécio?, eis a questão.
Mais marquetada do que Aécio, Dilma sinalizou no reinício da propaganda eleitoral que pode reativar a infantaria. O tucano terá capacidade para sustentar o voo?, eis a segunda questão. Considerando-se a gangorra do primeiro turno, e melhor não arriscar palpites. Sobretudo num ambiente em que a briga por votos se mistura a denúncias de corrupção e à corrosão dos indicadores econômicos.
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