Na página da Câmara, André Vargas ainda é PT
Seis meses após protagonizar uma desfiliação cenográfica dos quadros do PT, o deputado paranaense André Vargas ainda é identificado no portal da Câmara como um parlamentar petista. Até a estrela vermelha, banida da propaganda de vários candidatos da legenda, continua gravada na página que traz as informações sobre Vargas no site da Câmara.
André Vargas tornou-se um companheiro tóxico depois que foi pilhado num relacionamento monetário com o doleiro Alberto Youssef, estrela da Operação Lava Jato. No papel, o deputado virou um ex-petista em 25 de abril, dia em que entregou sua carta de desfiliação. "Sem partido, irei dedicar-me agora à minha defesa no Conselho de Ética…", anotou.
O Partido dos Trabalhadores se absteve, porém, de requerer à Câmara a retirada de sua sigla e de sua logomarca da página do parlamentar. Mais: nos subterrâneos, o PT oferece proteção a Vargas na Câmara, manobrando para adiar a apreciação do pedido de cassação do parlamentar.
Já aprovado no Conselho de Ética, o processo deveria ter sido enviado ao plenário. Mas Vargas recorreu à Comissão de Constituição e Justiça. Que não consegue reunir o quórum mínimo para a apreciação do recurso.
Em maio, o PT protocolou no TSE uma ação de perda do mandato de André Vargas por infidelidade partidária. A petição era parte da encenação. Fazia supor que, após sufocar Vargas, obrigando-o a renunciar à vice-presidência da Câmara e a se desligar da legenda, o PT desejaria retomar-lhe o mandato. Era Teatro.
Em verdade, desejava-se atenuar o dano político que o relacionamento com Youssef causou a Vargas. Se fosse cassado na Câmara, o deputado ficaria inelegível. Perdendo o mandato na Justiça Eleitoral, o dano seria menor. Vargas manteria intactos os seus direitos políticos. Estaria livre para pedir votos já na eleição municipal de 2016. O caso encontra-se pendente de julgamento.
A encenação montada pelo PT não surtiu os efeitos desejados. Temia-se que a má reputação do deputado prejudicasse as campanhas de Dilma Rousseff ao Planalto, de Alexandre Padilha ao governo de São Paulo e de Gleisi Hoffmann ao governo do Paraná. Derrotados no promeiro turno, Padilha e Gleisi amargaram votações vexatórias. E Dilma se esforça para tourear os efeitos das revelações de um delator, Paulo Roberto Costa, que converte André Vargas em figurante do escândalo.
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