Em nota, PMDB tenta se distanciar da Lava Jato
Presidida por Michel Temer, vice-presidente da República, a Executiva Nacional do PMDB divulgou nota nesta quarta-feira (19). No texto, a legenda tenta tomar distância do escândalo de corrupção na Petrobras. Em linguagem opaca, a mensagem utiliza todos os estratagemas, para atingir seus subterfúgios sem usar palavras incômodas e sem dar pseudônimo aos bois.
A nota do PMDB exige tradução. Tem três parágrafos. Num, manifesta "seu veemente repúdio a toda e qualquer acusação que esteja sendo feita ao partido, como beneficiário do que está sendo objeto da Operação Lava Jato." Nesse trecho, o partido de Temer quis dizer que jura não ter recebido propinas de empreiteiras contratadas pela Petrobras.
Noutro parágrafo, o PMDB escreve: "Caso alguém tenha, indevida e desautorizadamente, se apresentado como seu representante ou 'operador', ante qualquer empresa pública ou privada, o fez em caráter pessoal ou no interesse de terceiros, em razão do que deverá responder por tais atos, na forma da lei."
Aqui, suspeita-se que o partido tenha desejado deixar claro que o lobista Fernando Soares, vulgo Fernando Baiano, não o representa. Se recolheu propinas em nome do PMDB, como suspeita a Polícia Federal, não estava autorizado a fazê-lo. Se algum expoente do partido serviu-se dos seus préstimos, que responda como pessoa física. Fernando Baiano prestaria depoimento à PF nesta quarta. Mas a oitiva foi adiada.
O texto encerra assim: "O PMDB, como o maior partido do Brasil, exige que tais fatos sejam plenamente apurados e publicadas as conclusões, quando restará provado que deles nunca teve nenhuma participação ou benefício." Nesse ponto, o partido precisa mais de sorte e auxílio divino do que propriamente de um tradutor. Confirmando-se a participação de algum figurão do PMDB na petrorroubalheira, será difícil isolar a logomarca.
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